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El Niño é confirmado por órgão australiano

El Niño é confirmado por órgão australiano

Depois de um mês de aumentos expressivos das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico, o fenômeno El Niño parece que chegou para ficar nos próximos meses. Pelo menos foi o que indicou o escritório de meteorologia do governo da Austrália, que confirmou ontem a formação do fenômeno, cinco anos após sua última configuração.

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No Brasil, El Niño tende a provocar chuvas fortes no Sul e seca no Norte e Nordeste

O índice de Oscilação Sul – El Niño, que serve de termômetro para a avaliação do escritório australiano, vinha mostrando uma tendência de formação do fenômeno desde o início do ano. Em março, o órgão do governo americano que acompanha o clima, o NOAA, já havia avaliado que o El Niño havia se formado.

Porém, no último mês, as temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico situadas entre os trópicos ultrapassaram o nível de formação do fenômeno. Os ventos, que costumam reduzir essas temperaturas, mantiveram-se constantemente fracos desde o início do ano. Além disso, o tempo ficou ainda mais nublado na faixa tropical do Oceano Pacífico nas últimas semanas.

Esses indicadores, de acordo com o escritório australiano, sugerem que a combinação entre o que está acontecendo no Oceano Pacífico tropical e na atmosfera indica que o El Niño provavelmente vai persistir nos próximos meses.

No ano passado, as temperaturas superficiais do Pacífico também mantiveram-se acima da média por vários meses, mas o órgão australiano limitou-se a emitir alertas, sem confirmar a formação do fenômeno.

A última vez que o escritório confirmou a formação de um El Niño foi em abril de 2010. Naquela época, o fenômeno alcançou nível moderado a forte.

Alguns efeitos climáticos já começam a ser sentidos pela agricultura. O El Niño está associado geralmente a chuvas torrenciais no sul dos Estados Unidos, como já vem ocorrendo há semanas. Essa umidade tem beneficiado as lavouras de trigo de inverno que estão sendo cultivadas no país, o que deve reverter parte dos efeitos negativos da seca do ano passado e aumentar a produtividade das plantas.

O fenômeno também está associado a secas na Austrália, importante produtor global de trigo e algodão. No Brasil, costuma provocar chuvas fortes na região Sul entre o inverno e a primavera, com possíveis reflexos sobre o desenvolvimento da safra de trigo, de acordo com a estatal Embrapa. No Nordeste e Norte do país, o efeito costuma ser o inverso, com escassez de precipitações e temperaturas acima da média, prejudicando a atividade agrícola regional.

(Fonte: Valor Econômico)

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