A principal bandeira da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, a ser lançada nesta quinta-feira (7/05), na Câmara Federal, em Brasília, deve ser a retomada de crédito para o setor. Esta é a prioridade zero do grupo, segundo Sergio Werther Duque Estrada, diretor da consultoria financeira Valormax.
Saiba mais sobre as propostas de Duque Estrada, que, entre outros cargos, foi managing-director da área de Fusões & Aquisições e Privatização do BankBoston no Brasil e diretor do Banco Chase Manhattan.
1. Anos de política de subsídio do preço da gasolina, com a finalidade de controlar a inflação, afetaram negativamente o setor sucroenergético. O processo, por ter sido contínuo e duradouro, trouxe prejuízos de monta para usinas e destilarias de todo o país. Seduzido pelo Pré-Sal, o governo se esqueceu completamente de seus compromissos com o setor sucroenergético. A situação das empresas desse setor é lastimável, pois custos e despesas aumentaram continuamente, sendo que produzir passou a ser deficitário. O paradoxo, ainda vigente, é que quanto mais se produz, mais se perde. O aumento da CIDE e o pertinente incremento do anidro na gasolina trouxeram uma miragem de recuperação, que acabou não se sustentando: hoje o etanol é vendido abaixo do preço de poucos meses atrás, quando as medidas já tinham sido anunciadas. Apesar da previsão de R$ 1,54/litro, o preço teima em ficar em R$ 1,40/litro.
2. Diante do cenário acima exposto, diversas empresas entraram em crise financeira: restruturações e recuperações judiciais são comuns, sem falar do desaparecimento de diversas usinas e destilarias, algumas bem tradicionais. O setor hoje não tem crédito, e as portas dos bancos estão fechadas.
3. O que o setor precisa com urgência, e deveria ser a principal bandeira da Frente: crédito. Trata-se de um setor importantíssimo por diversas questões (ambiental; tecnológica; econômica; social, etc.). Portanto, a reedição do Programa Especial de Saneamento de Ativos (PESA) é imperativa. Repare que a dívida do setor, R$ 80 bilhões, é semelhante à perda da Petrobras com 4 anos de “gasolina barata”: R$ 80 a R$ 90 bi, conforme a forma de cálculo.
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