Mercado

As exportações do agronegócio

Apesar da seca em diversas regiões produtoras e da quedada cotação de importantes itens da pauta de exportações, o agronegócio brasileiro continua a registrar números muito expressivos na balança comercial.

Mesmo com resultados negativos para a soja, o principal item da pauta, os números relativos a julho são melhores do que os de igual mês do ano passado e reforçam a tendência, que se observa há bastante tempo, decrescimento das exportações e do superávit comercial do setor. E o saldo positivo tem subido apesar do aumento das importações, pois as exportações crescem mais depressa. Pelo critério de média diária, em julho as vendas externas dos principais produtos aumentaram 4,6% em relação a junho e 22,2% em relação a julho de 2004.

Tiveram particular destaque as exportações de suco de laranja, carnes, açúcar, café, fumo e papel e celulose. Esse desempenho reforça as previsões feitas por operadores do mercado de produtos agrícolas de que, neste ano, as exportações do agronegócio podem chegar atéaUS$43 bilhões, 10% a mais doqueosUS$39,01 bilhões exportados em 2004.

As importações, de sua parte, podem crescer até mais de 20%, chegando a US$ 6 bilhões (em 2004, totalizaram US$ 4,88 bilhões). A despeito do aumento dessa ordem das compras externas, o superávit comercial poderá crescer mais de 8%, chegando a US$ 37 bilhões(ante US$ 34,13 bilhões em 2004).

Os números seriam melhores se a produção, em particular a de soja, não tivesse sido tão afetada por dificuldades climáticas, no plano interno, e pela queda de preço no mercado internacional. Por causa da super safra dos Estados Unidos, o preço médio da tonelada de soja ficou em US$ 230,70 no primeiro semestre, praticamente20% menos do que os US$287,90 observados na primeira metade de 2004.

O desempenho da balança comercial do agronegócio reflete as transformações pelas quais passou o setor nos últimos anos. A profissionalização e modernização da gestão, a incorporação de novas técnicas tanto no plantio como no gerenciamento e na comercialização levaram ao aumento da produtividade e à diversificação. Em poucos anos, a pauta de exportações passou de algumas dezenas de itens para mais de duas centenas de produtos.

Mesmo quando um item tão importante como a soja apresenta números ruins, o conjunto pode ter resultados positivos, como vemos agora.