Mercado

Consumidor não sente impacto porque Petrobrás mantém preço

A disparada das cotações internacionais do petróleo vem provocando pouco impacto no bolso do consumidor brasileiro, já que a Petrobrás optou porsegurar os preços dos principais combustíveis. De acordo com relatório do banco UBS, há hoje uma defasagem de 11% no preço da gasolina, 2% no preço do diesel e 15% no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão.

O banco não espera, porém, que a estatal vá repassar a alta no curto prazo, opinião que encontra eco em outras instituições financeiras. A decisão da estatal vem causando prejuízo às duas refinarias privadas nacionais, que não podem aumentar seus preços para não perder clientes.

A Refinaria de Manguinhos paralisou suas operações na quarta-feira e a Ipiranga informou que só tem estoque de petróleo para operar até o dia 15.

Depois disso, também pode parar as atividades de refino, caso o petróleo não retorne a patamares mais baixos. As duas empresas negociam com o governo federal uma solução para o problema.

Alguns produtos, comonafta petroquímica e querosene de aviação (QAV), vêm sendo reajustados de acordo com as oscilações do petróleo no mercado internacional. O QAV, por exemplo, subiu 12,2% desde o início do ano.

No último ajuste de preços, a Petrobrás reduziu o valor de venda do combustível em 3%.

Os dois produtos seguem regras próprias de reajuste: o QAV é alterado a cada 15 dias e a nafta, uma vez por mês.

De acordo com a avaliação do mercado, no entanto, a Petrobrás não tem grandes prejuízos ao não reajustar os preços dos demais produtos, já que ganha com a alta dos preços na hora de vender o petróleo que produzemsuas refinarias ou ao exportar parte de sua produção.

Em entrevista ao Estado na semana passada, o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, disse que aumentosnos preçosdoscombustíveis têm impacto nas vendas da companhia e, por isso, qualquer decisão nesse sentido tem que ser tomada com cautela.

O último reajuste de preços da gasolina e do diesel foi promovido pela estatal em novembro de 2004. Desde então, o petróleo só fez subir no mercado internacional.

Mas, por outro lado, a valorização do real em relação ao dólar vem garantindo um fôlego extra à empresa.

Segundo avaliação do banco UBS, os preços dos principais derivados não devem ser reajustados até 2007, quando a Petrobrás deve aproveitar uma queda na cotação do petróleo para recuperar as perdas que vem tendo com as defasagens. N.P.