Segunda colocada nas vendas de veículos novos no primeiro semestre deste ano, a Volkswagen é a atual líder na tecnologia que revolucionou indústria automobilística nos últimos anos: a de carros bicombustível.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores 7(Anfavea), a montadora de origem alemã produziu um quarto dos veículos que rodam com álcool, gasolina ou a mistura de ambos em qualquer proporção. Desde o lançamento do primeiro carro nacional flexível – o Gol 1.6 Total Flex, em março de 2003 – até junho de 2005, a Volkswagen comercializou 280.176 mil automóveis com motor bicombustível. Esse número corresponde a 41,2% de participação de mercado.
A Fiat vem em seguida, com 27,7%. A General Motors é a terceira colocada, com 24,1% (veja quadro nesta página). “O fato de sermos a montadora que introduziu a tecnologia no mercado nos ajudou.
Também fomos a primeira a lançar um carro 1.0 flexível, o Fox, e estreamos o motor bicombustível no segmento de ‘populares’, com o Gol City 1.0, em março”, afirma o diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil, Paulo Kakinoff.
Atualmente, mais da metade dos carros vendidos no País já é flexível. Com a chegada dos novos modelos com motor de 1 litro, essa proporção deve passar para 70% em pouco mais de umano, prevêem estimativas da Anfavea.
“Provavelmente, até o final de 2006 todos os nossos carros destinados ao mercado interno serão bicombustível”, prevê Kakinoff. O volume de motores Total Flex da Volkswagen produzidos na fábrica de São Carlos (SP) no primeiro semestre aumentou 345,5%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse motor equipa os modelos Gol, Fox, CrossFox, Saveiro, Parati e Polo. Entre todos os modelos flexíveis, o Gol também é líder, com 115.932 unidades comercializadas acumuladas desde março de 2003.
VANTAGEM TRIBUTÁRIA
As montadoras priorizaram o uso da tecnologia nos carros mais potentes por causa vantagem tributária. Modelos a gasolina como motor acima de 1.0 até 2.0 são tributados em 15% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Nas versões bicombustível, a alíquota cai para 13% – como se fosse um veículo a álcool.
Carros com motor 1.0 pagam 9% de IPI, independentemente do combustível.
Em maio, pela primeira vez as vendas de veículos flexíveis superaram a dos modelos movidos só a gasolina ou só a álcool. Esse dado é conseqüência do lançamento da chegada de Mille, Palio e Siena 1.0 Flex, da Fiat, e do Volkswagen Gol 1.0 Total Flex – todos em março.
Embora a participação de mercado dos carros “populares” tenha caído nos últimos anos, ela ainda responde por cerca de 50% das vendas de carros no País.
VEIO PARA FICAR
“É uma tendência sem volta. Nossa linha flexível, por exemplo, já é a mais ampla do mercado”, afirma a gerente de Marcas da Linha Chevrolet da GM, Cristiane Sanches. Para enfrentar a concorrência, a General Motors lançou este mês o Celta 1.0 Flexpower. Já o Chevrolet Corsa 1.0 vai ganhar a versão bicombustível apenas no primeiro trimestre do ano que vem.
“Antes da chegada do Celta bicombustível, as nossas vendas de carros com motor Flexpower representavam 35%. Agora são de 50%”, afirma a executiva.
A General Motors é a única montadora, por enquanto, a oferecer um veículo com motor 2.0 flexível. É o caso das minivan Zafira e das versões hatchback e sedã do Astra. Em setembro, essa gama de veículos irá aumentar com a chegada do novo Vectra, que terá, além do motor 2.0 flexível, uma versão 2.4 16V Flexpower.
Para a Fiat, os motores bicombustível representaram 79,4% das vendas da montadora em junho. A Ford, que ironicamente foi a primeira montadora a anunciar a tecnologia, só lançou seu primeiro flexível final do ano passado – o Fiesta Flex. Hoje, a Ford tem apenas 5,1% desse mercado.
As montadoras de origem francesa Renault e Peugeot são as outras que oferecem parte de suas linhas de veículos com motor bicombustível, mas apenas em versões mais potentes, com motor 1.6 16V.