A Citroën cresce no mercado brasileiro, e agora trabalha para desenvolver as versões bicombustíveis de seus motores 1.6 e
1.4. Segundo o diretor comercial da montadora, Domingos Boragina Neto, os modelos ‘flex’ em breve estarão no mercado nacional, além de novidades na linha do Citröen C3.
De acordo com Boragina, as vendas da marca deverão crescer 30% este ano, atingindo 27 mil unidades, contra as 21 mil registradas no ano passado.
As vendas de automóveis da marca avançaram 7% no primeiro semestre, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Entre os comerciais leves, o avanço foi de 106,3% com o Jumper.
O diretor afirma que a Citroën superou diversas expectativas estabelecidas para este ano. “Com a nacionalização do motor 1.4 do C3, por exemplo, esperamos dobrar as vendas a partir de agosto, de 650 para cerca de 1,4 mil unidades por mês”, diz. Boragina também diz que a marca trabalha para lançar o quanto antes as versões bicombustíveis dos motores produzidos no Brasil.
Além disso, Boragina revela que há planos para uma versão estilo off-road do Citroën C3, que viria a ser um forte concorrente do modelo CrossFox, da Volkswagen . “Assim como outros modelos no mercado, o C3 off-road será equipado com acessórios mais robustos, embora não seja necessariamente um carro para utilização fora de estrada”, afirma.
Boragina destaca também o desempenho na categoria de monovolume. Segundo ele, as vendas do Xsara Picasso 1.6 já representam praticamente a soma dos dois concorrentes do segmento, o Renault Scenic e a Zafira, da General Motors .
Segundo o diretor, o resultado é ainda mais surpreendente se levado em conta o número de distribuidores da marca, que hoje atinge 66 pontos-de-venda, quando os concorrentes possuem mais de 150.
Apesar do bom desempenho dos veículos produzidos nacionalmente, a Citroën ainda importa parte de sua linha. A série 2 do Citroën C5 ainda é trazida da Europa, mas Boragina diz que até mesmo no caso do modelo, as vendas ultrapassaram as projeções. Segundo ele, a montadora trabalhava inicialmente com uma perspectiva de vendas de 80 unidades do C5 por mês, entretanto o volume comercializado já atinge a casa das 150 unidades. Boragina diz que, apesar do bom resultado do modelo importado, não há planos da montadora para nacionalização do veículo.
A fábrica da PSA Peugeot-Citroën no Brasil, localizada no Estado do Rio de Janeiro, possui capacidade para produzir 70 mil veículos em dois turnos, e 100 mil em três turnos de trabalho. No ano passado, foram produzidas 66,5 mil unidades, sendo que 10,1 mil foram exportadas.
A Citroën, bem como a Peugeot, aproveitam o crescimento do segmento de comerciais leves para reforçar sua presença no País. A Citroën lançou o novo Jumper, veículo com capacidade para 16 passageiros. Com a reformulação do veículo, Boragina espera elevar as vendas do utilitário das 700 unidades, vendidas em 2004, para 1,5 mil ainda este ano, para alcançar em 2006 o patamar de 2 mil unidades por ano. Segundo o executivo, a meta de vendas do novo Jumper foi estabelecida pela própria matriz da PSA, na França. Ele considera que, dentro das vendas consolidadas do primeiro semestre, o objetivo pode ser alcançado sem problemas até o final do ano.
Boragina diz que o crescimento do Jumper ultrapassou os 100% no primeiro semestre, atingindo 439 unidades, mas que esse número poderia ser ainda maior, caso a Citroën não houvesse interrompido a produção do comercial por dois meses, com o objetivo de lançar a nova versão. “Com a parada de dois meses, deixamos de produzir algo em torno de 200 ou 250 unidades”, afirma o diretor.
O segmento de comerciais leves, diz, deverá crescer algo em torno de 30% este ano, e que a Citroën, bem como a Peugeot, ganharão espaço nesse mercado.
Boragina ainda diz que as duas marcas tentarão a entrada em nichos ainda mais específicos dentro do mercado de utilitários e comerciais leves.
A Peugeot também tem projeções otimistas para o seu minibus, o Boxer. A montadora espera comercializar 1,72 mil unidades do veículo este ano. O Jumper e o Boxer têm preços semelhantes, por volta dos R$ 75 mil, e são produzidos na linha de montagem da Iveco , em Sete Lagoas, Minas Gerais.
A Peugeot também apresentou a versão 2005 do Partner. São duas configurações do pequeno veículo, adaptado para transporte de carga, ambas com motorização 1.6. O furgão com 625 kg de capacidade chega ao mercado por R$ 34 mil e o furgão para 800 kg sai por R$ 35,4 mil.
A PSA Peugeot-Citroën investiu US$ 600 milhões em 1999 para a construção da Fábrica de Porto Real e mais US$ 25 milhões em 2002, para a construção da fábrica de motores. Com a ampliação das vendas no segmento de automóveis, a empresa investiu mais US$ 50 milhões em 2003, na linha de produção do Citroën C3. No ano passado foram aplicados US$ 25 milhões na ampliação da fábrica de motores e outros US$ 25 milhões na linha do Peugeot 206 SW.