A paralisação dos caminhoneiros já é sentida no cotidiano de moradores de ao menos quatro Estados, com bombas de combustíveis vazias, falta de alimentos em supermercados e açougues e a suspensão de aulas em escolas municipais e até da limpeza urbana.
Estes são alguns dos problemas enfrentados em cidades do Paraná, de Santa Catarina, de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul, Estados onde os protestos duram mais tempo. A situação se agravou nesta segunda-feira. No Paraná, a falta de combustível impediu a circulação dos ônibus escolares e fez com que a Prefeitura de Santo Antônio do Sudoeste, cidade com menos de 20 mil habitantes, suspendesse as aulas por tempo indeterminado.
De acordo com a prefeitura, 1.700 crianças são afetadas. As creches continuam abertas, mas sem o serviço de transporte para as mães. Entretanto, as aulas poderão ser suspensas em breve: o estoque da comida está no fim e não houve o abastecimento, segundo a administração local. O governo também cortou a limpeza urbana por falta de combustível nos veículos.
Outros municípios paranaenses também foram impactados pelos protestos. Moradores, por exemplo, das cidades de Pato Branco, Francisco Beltrão, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Dois Vizinhos não têm onde abastecer os carros.
Em Foz do Iguaçu, a Infraero (órgão que administra aeroportos no país) adotou um plano de contingência e aeronaves particulares menores não estão sendo abastecidas. De acordo com a assessoria da estatal, o estoque de combustível no local era suficiente até a meia-noite desta terça-feira. Falta combustível também na região de Seberi (norte do Rio Grande do Sul) e Lucas do Rio Verde (no centro de Mato Grosso).
Comida
Nos municípios paranaenses com dificuldades para o abastecimento de combustível, alimentos de hortifrúti estão em falta, de acordo com Edi João D’Alberto, diretor da Associação Paranaense de Supermercados. “Estes produtos vêm de Curitiba e, por serem perecíveis, os estoques duram apenas 48 horas”, afirmou.
Nesta segunda-feira, nenhum caminhão de hortifrúti abasteceu os supermercados naquela região, segundo o executivo. A cidade de Foz Iguaçu, por exemplo, fica a 637 quilômetros da capital paranaense.
Em Santa Catarina, também faltam frutas e legumes nos municípios de Planalto Serrano, Concórdia, Chapecó e São Miguel do Oeste, de acordo com a Acats (Associação Catarinense de Supermercados).
Vilmar de Souza, presidente da Acismo (Associação Comercial e Industrial de São Miguel do Oeste), afirmou que indústrias de alimentos perecíveis da região (leite e queijo, por exemplo) suspenderam o carregamento dos caminhões até o término das paralisações dos caminhoneiros.
(Fonte: Folhapress)