O ambicioso projeto de reforma do regime açucareiro da União Européia (UE), recentemente anunciado pela Comissão Européia, poderá não sair do papel do modo como foi planejado devido à crescente oposição de países do bloco.
Ontem, em Bruxelas, isso ficou evidente durante reunião entre ministros da Agricultura da UE, a primeira depois de exposto o pacote reformista – que, entre outros pontos, prevê queda de 39% nos preços domésticos mínimos do açúcar num prazo de dois anos.
Até agora, França, Itália, Espanha, Polônia, Grécia, Portugal, Finlândia e Irlanda já se posicionaram francamente contrários à reforma, conforme fonte que participou da reunião. A mesma fonte disse que Letônia, Lituânia, Bélgica e Áustria fazem “oposição moderada” e que apenas Dinamarca, Suécia e Estônia estão satisfeitos com o plano
A atual política açucareira européia expira em junho de 2006, e a reforma desenhada também reflete a derrota da UE na Organização Mundial do Comércio (OMC) em processo contra seus subsídios aberto a pedido do Brasil.
Enquanto os ministros europeus da Agricultura discutiam, em frente ao quartel general da UE 6 mil produtores europeus de açúcar de beterraba protestaram contra as mudanças. Marianne Fischer Boel, comissária agrícola da UE, reiterou que é vital que o bloco chegue a um consenso sobre a reforma até dezembro, quando haverá reunião da OMC em Hong Kong. “Caso contrário, ficaremos em uma situação muito ruim”.