Boa parte da alta da tributação sobre os combustíveis, que entrou em vigor no início deste mês, já foi repassada para o bolso do consumidor.
Na cidade de São Paulo, os postos de abastecimento passaram a cobrar, em média, R$ 3,082 por litro de gasolina, 5,77% mais do que na semana passada.
O aumento foi de R$ 0,17 por litro, um valor ainda inferior ao R$ 0,22 esperado com a elevação da tributação.
Essa defasagem ocorre porque alguns postos, com estoques, mantiveram os preços. Outros, ao contrário, já incorporaram o repasse total.
O posto que lidera os preços da gasolina na lista de pesquisa semanal da Folha registrou aumento de R$ 0,20 na semana, elevando o litro de gasolina para R$ 3,50 para o consumidor.
O etanol, que havia antecipado a alta na semana passada, voltou a subir e passou a custar, em média, 3,77% mais para os consumidores na cidade de São Paulo.
O valor médio do litro de álcool negociado nos 50 postos pesquisados pela Folha subiu para R$ 2,064. Alguns estabelecimentos já cobram R$ 2,449 pelo derivado de cana, enquanto outros mantêm os preços em R$ 1,799.
Com a puxada nos preços da gasolina, o álcool ampliou a vantagem sobre o derivado de petróleo. A média de preços dos dois combustíveis indica que o etanol vale 67% da gasolina, abaixo dos 68% da semana passada. Há um mês, a paridade era de 65%.
Pesquisas indicam que, em média, o álcool tem vantagem sobre a gasolina quando o preço do derivado de cana fica em até 70% do do valor do derivado de petróleo.
A esperada volta da tributação sobre a gasolina fez o preço médio do combustível acumular 7,24% de alta nos últimos 30 dias. Nesse mesmo período, o etanol teve alta de 10%.
Após esse reajuste nos postos de abastecimento de São Paulo, o etanol terá menos fôlego para novas altas.
Como é um produto que não tem preços controlados, deu uma esticada antes do reajuste da gasolina, que serve de parâmetro para os reajustes do etanol.
Passada essa oportunidade, no entanto, os produtores vão pisar no freio nos reajustes do etanol, o que já aconteceu nos preços praticados nesta semana.
A safra de cana-de-açúcar deste ano caiu em pelo menos 30 milhões de toneladas em relação ao que o setor esperava. Mesmo com essa queda, a produção de etanol foi recorde. Além disso, as exportações do combustível no ano passado ficaram em 1,4 bilhão de litros abaixo das de 2013.
O resultado é que os produtores estão com estoque e devem vendê-lo até o fim de abril. A partir de maio começa, com ritmo forte, a safra 2015/16. Quem não desovar os estoques vai ter de carregá-los por muito tempo.
O etanol hidratado foi entregue, em média, a R$ 1,4150 por litro nas usinas nesta semana, 2% mais do que na anterior, aponta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse valore não inclui frete e ICMS.
Já o anidro passou a custar R$ 1,5016 para as distribuidoras, alta de 1% na semana.
O diesel subiu 5,4% na semana em São Paulo e foi a R$ 2,867 por litro, em média. O aumento ficou dentro do previsto após a alta da tributação: R$ 0,15 por litro.
(Fonte: Folha de São Paulo)