Agricultura

Estudo alerta que Sudeste só teria energia suficiente para mais um mês

Estudo alerta que Sudeste só teria energia suficiente para mais um mês

Um alerta do Instituto de Pesquisas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ: a região Sudeste só teria energia suficiente para mais um mês. O estudo alerta para urgência de racionamento, senão chover mais, até porque as usinas térmicas estão sendo usadas na carga máxima.

O relatório é da Coppe, Instituto de Pesquisa de Engenharia da UFRJ. Os níveis dos principais reservatórios estão muito baixos, e a chuva não cai como deveria nesta época do ano. O Ministério de Minas e Energia tem acompanhado a situação e diz que está tudo sob controle.

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Janeiro terminou e as chuvas de verão foram raras. Os principais reservatórios de água das usinas hidrelétricas do país estão em situação crítica. Os do Sudeste e Centro-Oeste têm menos de 17% de água armazenada.

A Usina de Furnas, estratégica na geração de energia do país, acumula apenas 9,5% da capacidade total.

Situação parecida com a da Usina de Três Marias, em Minas Gerais. O nível do reservatório está em 10%. Por orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a usina opera com apenas uma turbina. As outras cinco estão paradas. Tudo para preservar os estoques e poupar água.

A repórter Ana Carolina Ferreira esteve na represa de Três Marias. Ela conta que uma ponte faz parte de um aterro que foi feito para facilitar a vida dos produtores rurais do município de Morada Nova de Minas, para que eles tivessem acesso a outra área sem precisar utilizar uma balsa. E depois de 30 anos que a obra foi feita é a primeira vez que se vê a área completamente seca. Ficava tudo inundado, era parte do lago, e tanques de piscicultura precisaram ser removidos.

O diretor do Instituto de Pesquisa Coppe disse que, com os reservatórios nesse nível, o país vive uma situação preocupante e de risco. “A energia que está disponível no momento é para cerca de um mês. Se não chover e continuarmos usando a energia disponível, é muito pouco. Agora, espera-se que chova. E também tem o uso das usinas termelétricas”, afirmou Luiz Pinguelli Rosa.

As termelétricas têm garantido parte da energia que falta, mas elas são limitadas. Podem gerar apenas 30% do total consumido no país.

Pinguelli Rosa disse que mandou uma carta para o ministro de Minas e Energia alertando sobre a situação crítica dos reservatórios e a capacidade das usinas. No texto, afirmou que o apagão de 19 de janeiro está relacionado com o nível baixo de reserva e falou sobre o risco de racionamento.

“Se houver uma deficiência muito grande de geração, a única solução é o racionamento. Rápido, só o racionamento, que já devia estar sendo adotado há muito tempo”, disse.

Apesar do alerta, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que não vê necessidade de racionamento, por enquanto. Anunciou que se reunir daqui a dez dias com o Operador Nacional do Sistema Elétrico para avaliar as condições dos reservatórios, a previsão de chuvas e o que precisa ser feito. “Os desafios não são poucos. São desafios desde a questão hidrológica, que está aí. Há outros desafios, de recuperar tempo de obra, implementar eficiência de rede, melhorar a operação. São muitas as ações e muitas as frentes que estão atuando”, afirmou o ministro.

Quando perguntado sobre o risco de apagão, Eduardo Braga disse: “Não vejo risco. Sinceramente, não vejo risco”.

O governo vai começar um plano emergencial nos horários de pico, entre 14h e 17h, com uso de geradores no comércio e vai incentivar as indústrias a produzirem sua energia, com produtores independentes.

(Fonte: Rede Globo)

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