Boa parte dos investimentos anunciados para a construção de novas usinas na região Centro-Sul do país começou a sair do papel. Um levantamento realizado pela Usina e Destilarias do Oeste Paulista (Udop) mostra que, dos 50 projetos projetados para a região, pelos menos 31 estão em andamento.
Desses 31 projetos, seis já entraram em operação. “Os investimentos refletem o bom momento do setor sucroalcooleiro”, afirma Luiz Guilherme Zancaner, presidente da Udop e empresário do setor. A perspectiva é de que todas as usinas previstas já estejam operando em 2010. Dos projetos em desenvolvimento, quatro envolvem a reativação de fábricas por conta das perspectivas otimistas para o setor. “Há algumas unidades que estão esperando a aprovação da licença ambiental para entrar em operação”, acrescenta Zancaner.
O empresário estima que os investimentos totais destinados a essas 31 usinas somam entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
As apostas no setor sucroalcooleiro refletem também o bom momento para o álcool combustível. As vendas dos carros bicombustível (álcool e gasolina) no mercado interno e as crescentes exportações do produto estimulam boa parte desses aportes. Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), observa que o consumo do álcool combustível aumentou em 50 milhões de litros mensais na comparação com a safra passada, saltando para 1,1 milhão de litros por mês, somente em virtude da maior demanda por parte dos carros bicombustível.
Em junho passado, a participação dos bicombustível nas vendas de automóveis alcançou 52% do total, enquanto os veículos movidos a gasolina ficaram com fatia de 41%. Pádua estima que as vendas dos veículos bicombustível em 2005 deverão gerar uma demanda excedente de cerca de 800 milhões de litros de álcool combustível.
Enquanto isso, os canaviais seguem avançando sobre pastagens e sobre outras culturas que remuneram menos o agricultor. Apesar do interesse dos empresários pelas regiões oeste e noroeste paulista, que ainda oferecem possibilidade para a expansão de novas usinas, a infra-estrutura logística da região é deficitária se comparada com os principais pólos produtores do Estado, como Ribeirão Preto e Piracicaba, que possuem alternativas ferroviárias para escoar o produto até o porto de Santos (SP).