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Indústria fraca evitou crise maior de energia

Indústria fraca evitou crise maior de energia

A crise de abastecimento de energia só não é pior em razão de outra crise: a da indústria, cuja produção acumula queda de 3,2% de janeiro a novembro de 2014, pior desempenho para o período desde 2009, ano da forte turbulência global. De janeiro a novembro, o consumo industrial de energia caiu 3,4%. Já o residencial subiu 3,4%.

energiaNa média, a expansão ficou em 2,4% no período, segundo a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética). “Se a indústria estivesse bem, seria uma catástrofe. Já teríamos, sem dúvida, um racionamento”, afirma Luiz Pinguelli, diretor da Coppe/UFRJ. Nivalde de Castro, diretor do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ), compartilha da mesma opinião: “Se a indústria estivesse a pleno vapor, estaria faltando energia no país”. A indústria utiliza a maior fatia da energia produzida no país, embora seu peso venha caindo ano a ano, principalmente após a crise de 2009 –da qual o setor, dizem especialistas, nunca se recuperou por completo. Em 2008, a indústria demandava 45% da energia.

O percentual recuou para 38% em 2014 (até novembro). Já a participação do consumo residencial subiu de 24% para 28% de 2008 a 2014. O uso comercial (que inclui, entre outros, restaurantes, bares, hotéis, academia e salões de beleza) também ganhou espaço. Seu peso passou de 16% para 19%. Parte do aumento do consumo dos lares –e também do segmento comercial– deve-se à utilização maior de ar-condicionado e outros eletrodomésticos, segundo especialistas. No caso das famílias, a expansão da renda permitiu o maior acesso a esses bens.

(Fonte: Folha de São Paulo)