A Petrobras informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que não há previsão de reajuste dos combustíveis no curto prazo em razão da alta do petróleo.
A estatal mantém sua política de não repassar imediatamente ao mercado interno as oscilações das cotações do barril no mercado internacional.
Ao contrário das petrolíferas privadas estrangeiras, que lucram o máximo que podem com a alta, o objetivo da estatal é ter seus preços alinhados aos internacionais no longo prazo, evitando transferir as fortes variações -tanto para cima quanto para baixo- aos preços dos combustíveis no mercado doméstico. Essa política vigora desde o final do governo FHC e foi mantida pela atual gestão da Petrobras.
Analistas não acreditam que a Petrobras aumente os combustível neste momento. A seu favor, a estatal conta com o câmbio: a forte queda recente do dólar suavizou o efeito da disparada do petróleo. O cálculo para o reajuste considera os preços de uma cesta de óleo e de produtos e a variação do câmbio.
A Petrobras, tradicionalmente, espera que se configure um novo patamar do preço do petróleo antes de definir um reajuste. A dúvida de especialistas é se essa marca já se configurou com o barril cotado ao redor de US$ 60 nas últimas semanas.
Com o barril do petróleo na casa dos US$ 60, a defasagem dos preços do diesel no mercado interno chega a 15% em relação às cotações de referência do mercado internacional. Já no caso do litro da gasolina, a diferença é menor: cerca de 5% abaixo do preço negociado no exterior.
A Petrobras não reajusta os combustíveis desde o final de novembro do ano passado, quando o petróleo se situava na faixa dos US$ 40 o barril. Na época, a gasolina subiu 7%. A alta do diesel foi de 10%.
Uma possível pista sobre o comportamento da Petrobras pode estar nas atas do Copom. Em seus estudos, o Banco Central não projeta reajuste da gasolina neste ano, diferentemente de suas estimativas para o ano passado, quando estimara um aumento de 9,5%. O aumento efetivo ao consumidor ficou em 14,64%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Fonte: Folha de S. Paulo