A Companhia Vale do Rio Doce adicionará 20% de biodiesel sobre o total de óleo diesel utilizado pela empresa. O projeto começa a ser implantado nos trens que transportam carga na Estrada de Ferro Vitória-Minas. A Vale também estuda produzir o combustível em fazendas no Norte do Brasil.
Contando com as ferrovias que opera ou que tem participação, a Vale consome mais de 40% (970 milhões de litros) do diesel que abastece todo o sistema ferroviário. A mineradora é dona de uma parte da empresa MRS, que consome mais de 23% (228 milhões de litros) do combustível destinado às ferrovias.
A adição do biodiesel no óleo diesel exigirá adaptação dos trens e construção de postos de abastecimento. O desafio é adequar as máquinas para usar o biodiesel corretamente, segundo o diretor do Departamento de Operações de Logística da Vale, Eduardo Bartolomeo.
A empresa anunciou, durante a 8ª Conferência Internacional de Ferrovias de Transporte de Cargas, no Riocentro, que testou a adição de biodiesel em duas locomotivas. A mineradora informou ainda que o maior trem das Américas, com extensão de 3,2 quilômetros e peso de 39 mil toneladas, começa a rodar no terceiro trimestre de 2006. Com 312 vagões, o segundo maior trem do mundo atenderá à crescente demanda da produção de Carajás, no Pará.
Hoje a produção de 70 milhões de toneladas de minério de ferro é transportada por 10 trens. A expectativa é aumentar a produção para 100 milhões de toneladas de minério.
De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o Brasil tem potencial de apresentar 30% do transporte de cargas abastecido por ferrovias. O percentual hoje é de 24%, enquanto no mundo o número é de 40%. Para melhorar a estrutura ferroviária, a ANTF estima que sejam necessários nos próximos quatro anos R$ 11,3 bilhões, dos quais R$ 7 bilhões devem partir da iniciativa privada e outros R$ 4,3 bilhões, do governo.