A crotalária, planta leguminosa de rápido crescimento, é uma boa alternativa para que usinas e produtores, aproveitando o período de renovação dos canaviais, possam fazer o cultivo de outras espécies vegetais com o objetivo de melhorar as condições e fertilidade dos solos
A avaliação é de pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, que no início de dezembro ministraram um curso sobre o assunto em Caarapó, onde está localizada uma usina sucroenergética. A capacitação oferecida em parceria com a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), reuniu cerca de 25 profissionais do setor no estado.
De acordo com os técnicos da Embrapa Agropecuária Oeste, a crotalária oferece várias vantagens no processo de renovação dos canaviais, como, por exemplo, tem grande eficiência no controle de nematoides do solo e na fixação biológica de nitrogênio, o que reduz a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados.
Além disso, a grande quantidade de massa verde faz da crotalária excelente planta para cobertura do solo, para produção de matéria orgânica e para o controle natural das plantas daninhas.
Conforme a Embrapa, no processo de renovação dos canaviais, que ocorre a cada quatro ou cinco anos, a crotalária pode ser cultivada entre os meses de outubro a março, quando o solo não está ocupado com a cana-de-açúcar, beneficiando o canavial que será posteriormente replantado.
Durante o curso, que contou com aulas teóricas e práticas, foram apresentadas informações sobre a forma correta de cultivo e manejo desse importante adubo verde.
Conforme explica o pesquisador César José da Silva, coordenador do projeto de pesquisa sobre o uso da planta, a crotalária apresenta bons resultados financeiros, tem ótima produção de massa e pode ser cultivada numa época em que as lavouras das usinas estão ociosas, o que faz dessa espécie uma alternativa viável para a melhoria das condições de conservação do solo.
Segundo ele, o cultivo de crotalária contribui com a recuperação e desenvolvimento das lavouras, ampliando a produtividade, por meio do enriquecimento do solo.
Conforme a Embrapa, o curso deve ganhar novas edições no próximo ano.
(Fonte:G1)