As usinas de açúcar tiveram um ano muito difícil em 2014. As dificuldades já vieram dos anos anteriores, porém este ano um novo e grave ingrediente se somou às anteriores, que foi a questão climática. Poucas vezes se viu um ano tão ruim para o campo, sem chuvas em regiões de grande produção, como a região Sudeste, o que colaborou para uma safra horrível e que gera consequências para o próximo ano.
O governo diz que muito da crise do setor sucroenergético deve-se a má gestão nas usinas, o que não deixa de ter fundamento, porém não pode se eximir também de suas responsabilidades no enfraquecimento do agronegócio como um todo, principalmente neste setor. Toda a cadeia ficou comprometida. Várias empresas foram duramente afetadas e o nível de emprego caiu fortemente – empregos diretos (nas próprias usinas) e indiretos (em várias empresas que atendem ao setor).
E mesmo com deficiências reais na gestão empresarial, onde a cultura ainda arcaica e a desunião do setor colaboram para o agravamento da crise, não podemos deixar de reconhecer a elevada excelência que a tecnologia alcançou no auxílio das operações de uma usina. Vemos hoje a informática colaborando fortemente para automatizar desde os processos do campo até os controles internos administrativos, proporcionando um elevado grau de governança corporativa.
Tivemos, como exemplo, no último Congresso Anual do Gatua – Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia, realizado em novembro último em Ribeirão Preto, SP, um bom exemplo do quanto a tecnologia é capaz de melhorar todos os processos de uma usina, de forma acessível e com muita criatividade, componente do qual o Brasil é muito rico. Lá tínhamos soluções voltadas para as atividades no campo, para as diversas áreas internas das usinas, sejam áreas industriais, de motomecanização ou administrativas. Na área de infraestrutura de TI também foram apresentadas muitas novidades e tendências para o futuro, de forma a garantir um alto grau de automação com total segurança e qualidade de informações para a gestão das empresas.
O trabalho do Gatua tem sido bastante intenso para fortalecer o espaço criado pelo Grupo para a aproximação dos profissionais de TI das usinas, tão isolados geograficamente e expostos ao grande risco que esse isolamento proporciona, que é a “sensação” de que tudo está bem, enquanto a tecnologia evolui a uma velocidade incrível, e muitas usinas deixam de ter acesso a grandes recursos por puro desconhecimento.
Outra forte preocupação do Grupo é a mediação entre as demandas constantemente geradas pelo setor sucroenergético e as muitas ofertas que o mercado de TI diariamente oferece. Para a usina, até então, existia somente o acesso a essas novidades via visita de vendedores das empresas fornecedoras, e para essas empresas fornecedoras, a prospecção de usinas sempre foi um trabalho caro e com baixa produtividade.
O Gatua, através do Programa “SGQ – Selo Gatua de Qualidade”, busca melhorar essa relação, dando aos tomadores de decisão das usinas o mínimo de conforto quanto ao que está sendo prospectado para compra ou contratação, e melhorando a assertividade das áreas comerciais dos fornecedores de produtos ou serviços de TI, orientando-os e ajudando-os nas prospecções a fazer.
E o componente mais importante do Programa SGQ é a criação de um cenário de melhoria contínua nos produtos e serviços de TI, baseado no feedback de quem já é cliente. Com metodologia e através de critérios totalmente objetivos, conseguimos identificar os desconfortos que os clientes sentem, mas nunca os expressam claramente, e atuamos junto aos fornecedores para revertê-los, de maneira a que o grau de satisfação dos clientes possa sempre aumentar.
O mesmo conceito usado no Programa “SGQ – Selo Gatua de Qualidade” foi adotado pelo próprio Gatua para melhorar a próxima edição de seu Congresso Anual, que se realizará em outubro de 2015. Ouvimos usinas e empresas de TI, buscando sugestões e idéias que permitirão a todos os participantes do Congresso do Gatua em 2015 o melhor e maior atendimento às suas expectativas. Isso é melhoria contínua, e é o que temos que buscar sempre, nos fornecedores e também em nós mesmos.
Quem quiser conhecer mais sobre o Gatua, visite o site do Grupo – www.gatua.com.br . O Grupo existe há 11 anos para servir a todo o setor sucroenergético, permitindo que os profissionais de TI das usinas possam trocar informações técnicas e se ajudar compartilhando seus problemas e experiências”.
*Carlos Barros (Bill)
Coordenado do Gatua, Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia