Os investimentos do setor sucroalcooleiro começam a mirar não só a expansão da cana, mas também logística e produção de energia visando ao comércio de créditos de carbono. José Roberto Moreira, presidente da consultoria MGM International, observa que quatro usinas brasileiras – Usina Catanduva, Ecoenergy Brasil (braço da americana Ecoenergy International Corporation), Usina Santa Olinda, do Grupo J.Pessoa e Usina Sonora Estância – já se preparam para entrar nesse mercado.
Ele ressalva que a entrada do setor esbarra na viabilidade econômica. Um dos requisitos para vender créditos de carbono é provar que os projetos de produção enfrentam barreiras técnicas ou comerciais e só são viáveis economicamente com o crédito. “Não é o caso das usinas, que são competitivas”. Segundo Moreira, os projetos de geração de energia a partir do bagaço, que tem custo mais alto que outras fontes, são mais passíveis de receber tais créditos.
Outra área que atrai a atenção do setor é logística. A Transpetro, controlada pela Petrobras, realiza um programa de investimento de US$ 330 milhões, que será concluído em 2010 e prevê a instalação de dutos ligando a refinaria de Paulínia (SP), os terminais de Conchas (SP), Guararema (SP), Rio, Ilha DÁgua, São Sebastião e o coletor de Ribeirão Preto (SP). Do total, US$ 11 milhões serão aplicados no Paraná e US$ 4 milhões em Alagoas. A meta, segundo André Lepsch, gerente comercial de dutos e terminais da Transpetro, é elevar a capacidade de escoamento de álcool dos atuais 2 bilhões de litros por ano para 9,4 bilhões até 2010.
Em agosto, diz, a Transpetro inicia o embarque de álcool para a Venezuela, como resultado do contrato com a Petróleos de Venezuela (PDVSA). A empresa começará 300 milhões de litros por ano, mas pode chegar a 2 bilhões. (CB)