Um novo tipo de levedura deve ampliar em até 25% a produção de biocombustível de cana, sem que seja necessário expandir a área plantada. O processo que transforma açúcar proveniente da matéria orgânica em etanol, mais rápido que o método atual, deve ajudar o setor a atender a crescente demanda do País pelo combustível renovável.
A pesquisa desenvolvida por especialistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é uma resposta para suprir as necessidades do consumidor e da indústria e pode significar um incremento de produto sem aumento do custo nas bombas.
Utilizando cinco novas leveduras, fungos resistentes a uma temperatura mais alta, chegando a 42 graus, a técnica permite eliminar um maior número de bactérias que prejudicam a produção, aumentando com isso a quantidade e diminuindo em até duas horas o tempo de fabricação do etanol.
Segundo Anderson Ferreira da Cunha, um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto, o processo, que está sendo testado em uma unidade industrial, é uma iniciativa importante para a indústria canavieira.
“Pode representar um passo significativo, pois se há aumento na produção, vamos conseguir reduzir o preço do etanol em todo o território nacional, que é uma demanda grande da sociedade,” ressaltou Cunha.
Para o gerente em Economia e Análise Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Luciano Rodrigues, a indústria, que carece de alternativas para tornar a produção de biocombustível mais barata e rápida, só tende a ganhar com iniciativas como essa.
“O biocombustível de cana é infinitamente mais vantajoso para o ambiente quando comparado com a gasolina. Para torná-lo mais competitivo economicamente em todos os Estados brasileiros, além de políticas públicas que reconheçam as externalidades positivas do etanol, é essencial o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para o aumento da produtividade e redução dos custos de produção,” afirmou Rodrigues.
Fonte: Unica