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Expansão da cana amplia vendas da Santal

A Santal Equipamentos S.A. Comércio e Indústria registrou nos cinco primeiros meses do ano um aumento de 84,7% na receita bruta. De janeiro a maio deste ano, o faturamento da fabricante de máquinas agrícolas de Ribeirão Preto atingiu R$ 15,7 milhões, em comparação com R$ 8,5 milhões de igual período de 2004.

Segundo o diretor-superintendente da empresa, José Arimatéia Calsaverini, o resultado foi puxado pela “extraordinária performance do setor sucroalcooleiro”. Além disso, contribuíram para o resultado as exportações para México, América Central e países andinos, que representaram 15% da receita, além da diversificação, uma vez que, além de equipamentos para o setor canavieiro, a Santal produz máquinas para a cultura do amendoim.

Para Calsaverini, o crescimento da receita nos cinco meses não deverá se repetir no ano, uma vez que as vendas se concentram no primeiro semestre. “Trabalhamos com uma projeção de crescimento de 50% na receita deste ano, para R$ 30 milhões”, afirma. De toda forma, trata-se de um aumento bem superior ao de 2004, quando a receita saltou apenas 13% sobre 2003.

A Santal foi fundada em 1960 por Luiz Antônio Ribeiro Pinto, que projetou a primeira colheitadeira de cana-de-açúcar produzida no Brasil, em 1972. Agora, a companhia prepara-se para investir R$ 1,1 milhão na linha de montagem de uma plantadora e de uma nova colheitadeira de cana, modelo Tandem, de três eixos, cujo protótipo começou a ser testado no ano passado.

A Santal já vendeu cinco unidades da nova colheitadeira: duas para a Companhia Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), uma para o Grupo Cosan, com sede em Piracicaba (SP), uma para a Usina Colorado, de Guaíra (SP) e uma para a Albesa, de Boa Esperança (ES).

“Com a linha de montagem, a meta é produzir 15 colheitadeiras em 2006”, diz Calsaverini, informando que a capacidade da fábrica é de 48 máquinas por ano. Nesse mercado, que comercializa por ano 150 máquinas de R$ 750 mil cada, a Santal disputa mercado com gigantes como a John Deere, com a marca Cameco, e Case New Holand (CNH).

A empresa acredita no diferencial da colheitadeira Tandem, cujo sistema é semelhante ao usado pela Thierrel na década de 1970 para dar estabilidade ao seu carro de Fórmula 1. Se em alta velocidade o sistema Tandem não trouxe bons resultados, em baixa velocidade espera-se o contrário. Uma colheitadeira de cana, que opera a menos de dez quilômetros por hora, terá a estabilidade para operar em solos adversos.

Na colheitadeira Santal Tandem, os dois eixos traseiros operam conjuntamente e são ligados, de cada lado da máquina, por uma espécie de braço de balança, em cujo centro passa um terceiro eixo que recebe força do motor Scania DS -11, de 336 cavalos de potência.

O carro-chefe da empresa continua sendo as carregadeiras de cana, máquinas com circuito hidráulico que retiram do solo para as carretas a cana cortada manualmente. A Santal também produz veículos de transbordo (modelos acoplados a caminhões, para transporte da cana até a usina, ou adaptáveis a tratores, para receber a cana no corte mecanizado), máquinas arrancadoras/invertedoras de amendoim, carretas secadoras do grão e guindastes hidráulicos.