Mercado

Crescem os investimentos em usinas

Grupo Monteiro Aranha procura parceiro japonês para instalar unidade no Rio. As perspectivas de crescimento acelerado do mercado, especialmente pela expansão do consumo de etanol, atraem investimentos para o setor. A recente expansão das usinas ocorreu inicialmente pelos usineiros brasileiros. Posteriormente, empresários de outras atividades anunciaram investimentos na instalação de novas indústrias e a compra de outras já em operação. Mais recentemente, empresas estrangeiras mostram interesse em participar do negócio, diante da possibilidade de proliferação do uso do etanol como aditivo da gasolina ou em substituição do combustível pelos veículos flexíveis.

Na sexta-feira, o Grupo Monteiro Aranha, do setor petroquímico e florestal, informou que está em busca parceiros para um projeto de etanol. O empreendimento foi estimado em US$ 100 milhões. O chairman da empresa, Olavo Monteiro de Carvalho, de 63 anos, informou que está interessado em atender à crescente demanda mundial por combustíveis que não prejudiquem o meio ambiente.

Monteiro de Carvalho negocia com tradings japonesas o financiamento do projeto, disse. O projeto, cuja execução poderá ter início em 2006, prevê o plantio e o processamento de cana-de-açúcar para a transformação em combustível, no norte do estado do Rio de Janeiro.

Além do projeto anunciado pelo Grupo Monteiro Aranha, já foi anunciada a instalação de outras 46 novas usinas de açúcar e destilarias de álcool, das quais 29 unidades apenas em São Paulo. Haverá investimentos expressivos em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Bahia e Rio de Janeiro.

Novas parcerias

Os recursos para esse negócio já superam R$ 30 bilhões a serem aplicados em prazo de cinco a seis anos. A maioria dessas novas unidades deverá estar em operação até 2010.

Entre os empreendimentos nacionais anunciados, o mais recente é o da cidade de Valparaíso, no oeste do Estado de São Paulo. O investimento foi confirmado pela Agropecuária Jacarezinho, uma empresa do Grupo Grendene. A produção de açúcar e álcool será iniciada em operação em 2009. O projeto está avaliado entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões, segundo anunciou o gerente agrícola da empresa, Sérgio José Zapparoli.

A Agropecuária Jacarezinho também tem a participação dos empresários Jonas Barcellos, do Grupo Brasif, e de José Pessoa de Queiroz Bisneto, do Grupo José Pessoa.

Entre os investimentos estrangeiros anunciados, está a compra da Açucareira Corona pela multinacional Cargill que formou uma joint-venture com a Crystalsev e a Fluxo, uma trading de açúcar. O negócio inclui as usinas paulistas Bonfim, localizada em Guariba e a Tamoio, de Araraquara, ambas no Estado de São Paulo.

Negócio do futuro

Os projetos em andamento para a queima de combustíveis que não comprometam o meio-ambiente explicam o interesse dos investidores. Brasil, Japão, Estados Unidos e governos de outros países promovem combustíveis alternativos para reduzir a dependência do petróleo e melhorar o desempenho da gasolina “O etanol será para o Brasil o que atualmente é a soja”, disse Carvalho. Para ele, uma parceria com uma trading do Japão seria o ideal, porque elas trariam consigo o mercado e contratos de longo prazo,” disse.