Alguns dirigentes do setor sucroenergético já estão temerosos quanto algum tipo de intervenção do governo federal na quantidade de açúcar contida nos alimentos e bebidas. O assunto já tem sido tema de discussão nos bastidores do segmento. Até mesmo a população brasileira já se manifestou sobre o assunto. Recente pesquisa realizada pelo Instituto Análise para a 4a edição do Encontro de Clientes Copersucar, comprovou que 76% dos entrevistados são contrários a qualquer intervenção governamental de restrição ao consumo do açúcar.
“Nosso receio é que em vários lugares do mundo isso já acontece. O movimento é cíclico, cada vez mais tentam encontrar um vilão e rotular um tipo de produto, como o sal, o ovo”, revela Mário Campos, presidente da Siamig, ao admitir que qualquer tipo de regulação irá interferir na produção do setor.
Tanto na forma de consumo indireto (embutido nos alimentos) como do direto, , não há dúvidas pela preferência nacional pelo açúcar da cana. Campos ressalta que o consumo direto representa entre 30% a 40% do mercado brasileiro e que o Brasil tem um consumo percapito de açúcar que ultrapassa os 50 kg por ano por habitante.
“O consumo do açúcar indireto representa de 60% a 70% do mercado nacional e isso prova que cada vez mais essa modalidade está aumentando. Defendo a decisão individual, não concordo com intervenção do Estado. Temos que ser criteriosos pois o açúcar é importante na dieta do brasileiro e se houver alguma regulamentação de redução de consumo que seja feita através de estudos”, diz.
Campos acredita que antes de qualquer decisão, o segmento sucroenergético será consultado e participará da discussão. “Acho que deverá ser levado em consideração a questão da saúde da população, mas também da produção, pois é um produto nacional que gera emprego e renda, e tem externalidades importantes”.