O atual presidente do conselho da União da Agroindústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Roberto Rodrigues, está otimista com a reeleição da Presidente Dilma Rousseff e acredita que o governo irá dialogar com setor e tomará medidas favoráveis a agroindústria sucroenergética. O ex-ministro da agricultura mantêm constante contato com os atuais ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) — para quem ligou recentemente cobrando a liberação do Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova), e teve como resposta que as linhas de crédito estarão disponíveis até 31 de dezembro. “O governo manifesta o desejo de pagar os pecados do passado. Acredito que uma das formas é retomar a Cide como tributo para a gasolina, o que permitirá parte da retomada de rentabilidade do setor. Isto sinalizaria também que o governo realmente abriu espaço para dialogar conosco”, comentou Rodrigues durante evento realizado na capital paulista.
Consenso
Para Roberto Rodrigues, com a sinalização de uma abertura de diálogo com o governo, o setor precisa se organizar e chegar a um consenso. “Nem entre nós, cadeia produtiva, há um consenso sobre o que queremos. Temos que criar um projeto vigoroso de longo prazo”, afirma. Para ele a essência da discussão da estratégia necessária para a retomada do setor está na cadeia produtiva. “É preciso uma discussão moderna entre todos os interessados. Se tivermos competência para ouvir os atores, distribuidores, postos, entre outros agentes, alcançaremos clareza para definir uma estratégia”, afirmando.
Globalização do etanol
Rodrigues sugere que o setor também deve elaborar um projeto de globalização de etanol, onde o Brasil atue como líder. “Quando ocupava a cadeira da agricultura — naquele momento em que houve um “boom” na produção de etanol —, estive com um ministro da área de desenvolvimento do Japão. Ele me disse há época, que só quando vários países produzirem etanol, ele se tornaria um combustível fundamental na matriz energética mundial. Por isso proponho há alguns anos a criação de uma Secretaria Nacional de Energia, que trabalhe para pulverizar ao mundo o potencial energético Brasileiro”.