Pelos próximos quatro anos, a presidente da República continuará sendo Dilma Rousseff (PT). Em seu primeiro discurso após a reeleição, assumiu o compromisso de que o diálogo será prioridade a partir de agora, além de citar apoio aos setores produtivos e em especial a indústria.
Elizabeth Farina, presidente da Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar, espera que as tratativas em busca de melhorias para o segmento aconteçam diretamente com a petista. “Sempre tivemos interlocução com diferentes ministérios, mas o que precisamos é olhar para frente, manter um diálogo direto com a presidente e saber o que vai mudar em relação à política energética do governo, em particular o etanol e a bioeletricidade.”
Farina afirmou ainda que espera que Dilma dê clareza para o setor sucroenergético e reforçou ser de fundamental importância a definição do papel reservado ao etanol e à bioeletricidade na matriz energética brasileira, de forma a propor ações consistentes com essa visão. “A valorização da energia limpa e renovável pode ser obtida pela taxação do combustível e energia fóssil e poluente. A Cide — Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina pode assumir esse papel”, concluiu.
De acordo com Farina, um dos elementos que tem sido discutido é o reconhecimento das externalidades positivas do etanol. “Os combustíveis fósseis são importantes, mas trazem consequências nefastas como a emissão de gases-estufa e a poluição. Isso não está contabilizado no preço de bomba. Por isso, a Cide sobre a gasolina precisa ser restabelecida.”
A executiva citou ainda o aumento da mistura do etanol na gasolina e as conversações com a indústria automobilística, que necessita aperfeiçoar os motores flex dos carros, como outras medidas que estão sendo estudadas pelo Governo Federal.