A inflação cedeu em maio nas duas maiores capitais brasileiras: Rio e São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Rio baixou de 1,02% em abril para 0,75% e, em São Paulo, de 0,78% para 0,73%, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituto que calcula os dois índices. No ano, o IPC-RJ subiu 3,58% e, nos últimos 12 meses, 7,38%.
A pressão dos aumentos simultâneos das tarifas de táxi, metrô e ônibus no Rio praticamente se extinguiu no mês passado, fazendo a variação do grupo transporte cair de 3,72% em abril para 1,18%. Além das tarifas públicas, os preços do álcool combustível e da gasolina ficaram menores nas bombas. O início da safra de cana-de-açúcar empurrou para baixo os preços do combustível, assim como o do açúcar refinado: em abril, subira 4,89%, mas, em maio, a taxa foi de 1,81%.
— Em junho, a tendência é de queda ou estabilidade para o índice de preços no Rio. Além dos transportes, a queda nos preços dos alimentos, já captada no atacado, ainda não apareceu com força no varejo — explicou André Furtado Braz, coordenador dos IPCs na Fundação.
Os preços dos alimentos já começaram a subir menos ou até a cair. O grupo, o segundo de maior peso no orçamento doméstico, ajudou a desacelerar a inflação no Rio. A taxa dos alimentos em abril, de 1,47%, cedeu para 0,89%. As frutas, que haviam subido 2,71%, ficaram 8,55% mais baratas em maio. E o preço do óleo de soja baixou 0,24%:
— Em abril, com a seca no Sul, os preços desses produtos subiram muito. Agora eles começaram a recuar — disse Braz.
O índice no Rio só não caiu mais por causa dos reajustes nos preços das roupas, com a chegada da coleção de inverno. O aumento dos remédios, apesar de menor que o autorizado pelo governo, também empurrou o IPC-RJ para cima.
Em SP, só taxas de habitação e vestuário subiram
Na inflação em São Paulo, o recuo foi menor. O índice de preços acumula alta de 3,64% este ano e de 7,66% nos últimos 12 meses. Assim como no Rio, a FGV captou variações maiores somente nos grupos de habitação e vestuário.
— Em São Paulo, houve alta nos eletrodomésticos, artigos de conservação e reparo e serviços de residência. Além das roupas — disse Braz.
A alimentação, mesmo respondendo por 49% da taxa de 0,73%, está em clara queda. Segundo Braz, dos 20 grupos de alimentos acompanhados, 14 subiram menos.