Em Alagoas, a chuva tão aguardada chegou, só que agora as estradas em más condições estão atrapalhando a safra da cana-de-açúcar. Em muitas usinas, a moagem começa a atrasar.
A moagem está parada. Desde que as fortes chuvas começaram, as 20 usinas do estado que iniciariam a moagem na semana passada mudaram os planos, segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool de Alagoas. Na usina Utinga Leão, em Satuba, muitos trechos estão inundados e a ponte do principal acesso à usina continua interditada.
Na Santa Clotilde, em Rio Largo, os veículos estão parados. Os caminhões que fazem o transporte da cana não conseguem passar pelas estradas e muitos acessos aos canaviais estão alagados. O corte da cana começou há uma semana, mas sem ter como levar até a indústria, 10 mil toneladas se acumulam no campo.
Quando a cana é queimada, ela tem um prazo de até 48 horas para ser moída, por isso, os usineiros têm optado pelo corte da cana crua. Ainda assim, os prejuízos existem. Quanto mais o tempo passa, menos rendimento a cana cortada tem.
Com o atraso da moagem, 45 mil toneladas de cana já deixaram de ser transformadas em etanol e açúcar. Para manter as máquinas em funcionamento, a usina conta com o pouco de cana que conseguiu ser transportada até o parque industrial, a chamada cana de estoque.
Os 3 mil funcionários continuam trabalhando, o que segundo o gerente financeiro da usina, Genilval Barbosa da Costa, só aumenta os prejuízos, especialmente quando o setor vem de um período de crise.
(Fonte: G1)