A ideia de extrair açúcares da celulose presente no bagaço e na palha da cana e transformá-los em etanol, enfim, saiu do papel por meio de uma empresa instalada em Alagoas. Mas para a Asplan (Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba), o etanol celulósico não traz à tona apenas a discussão sobre a questão energética no país, mas uma discussão antiga sobre a revisão do modo de remuneração aos produtores de cana.
Segundo o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, até hoje a classe recebe seu pagamento apenas pelo ATR, quando da cana é também aproveitado o bagaço e a palha. “A remuneração deveria incluir também os subprodutos da cana”, comenta o dirigente.
Se estima que, em longo prazo, seja possível aumentar em 50% a produção brasileira de etanol com a tecnologia sem aumentar a área cultivada de cana. “Quem produz etanol está tendo uma chance agora de renovar suas plantas industriais com essa possibilidade do etanol de segunda geração e os fornecedores também precisam dessa oxigenação”, explica Murilo Paraíso.
Atualmente, o intervalo de tempo entre a entrada da biomassa na usina e a saída do etanol celulósico pronto para venda é de cinco dias. A empresa fabricante de Alagoas estimou que em um mês, com o aumento da utilização da capacidade da fábrica, esse tempo diminuirá para três dias.