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Aumento na mistura vai depender de estoques

Aumento na mistura vai depender de estoques

Além dos testes sobre a viabilidade técnica do aumento na mistura de etanol na gasolina, a medida só poderá ser colocada em prática caso o setor, que já conta com uma entressafra maior para 2015, tenha estoque suficientes para suportar a alta de um bilhão de litros na demanda do biocombustível.

Na última semana, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.033, que prevê o aumento para até 27,5% na mistura de etanol na gasolina. Para que isso aconteça, falta a conclusão dos testes que estão sendo realizados pela Petrobras e uma última aprovação do governo.

“Não se sabe se essa decisão vai acontecer ao término da avaliação técnica, em novembro, ou só no ano que vem. A constatação dos estoques será um elemento fundamental para que a medida seja, de fato, aprovada”, explica o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari.

Com os prejuízos da estiagem e a ocorrência de incêndios nas principais regiões produtoras, estimativas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontam uma quebra de 20% na safra canavieira para 2014/2015.

Conforme publicado no DCI, a expectativa do diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, é de que a moagem termine antes do esperado e a próxima safra comece mais tarde, gerando uma oferta mais apertada, com necessidade de mais estoques de passagem que atendam a demanda do ano todo.

“Só quando houver a constatação dos estoques é que será possível fazer uma projeção de aumento na demanda” completa Plínio Nastari.

O presidente da Datagro ressalta que o aumento na mistura seria “muito positivo e daria um sopro de alento ao setor”, mas não o suficiente para recuperar os usineiros da crise.

Biodiesel

A lei sancionada pela presidente Dilma também prevê o aumento para até 7% no percentual obrigatório de biodiesel ao óleo diesel, a partir de 1 de novembro. A medida deve gerar um incremento de 1,2 bilhão de litros na demanda do biocombustível, em decorrência da redução nas importações do diesel.

“Estamos falando de cerca de R$ 2,3 bilhões salvos anualmente com esta diminuição de compras de combustível no mercado externo”, enfatiza o assessor econômico da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Leonardo Botelho Zilio.

Segundo o especialista, o aumento na mistura tende a dar mais sustentação à cadeia da soja, tanto para os produtores do grão, quanto aos processadores, além do auxílio à pecuária, pois 20% do biodiesel é proveniente do sebo bovino.

A expectativa é que se chegue ao nível de produção de 4,2 bilhões de litros em 2015, com quase que a totalidade do consumo direcionada ao mercado doméstico.

“Lá fora, o setor ainda tem pouca competitividade, principalmente frente ao biocombustível argentino”, comenta o assessor da Abiove em relação às exportações.

Fonte: DCI