A União Européia (UE) pode não conseguir alcançar acordo quanto aos cortes de preço e cotas para seu mercado de açúcar até novembro, permitindo que o tema prejudique as conversações referentes a um acordo comercial global marcadas para o fim do ano, disseram os ministros dos governos nacionais.
A comissária agrícola da UE, Mariann Fischer Boel, quer liquidar o assunto antes de viajar para Hong Cong em dezembro para fechar um acordo sobre liberalização do comércio. Os argumentos referentes à severidade dos cortes de preço e se as cotas nacionais devem ou não ser abandonadas podem frustrar seu plano. Ela disse em 8 de maio que a redução nos preços do açúcar pode ser maior do que o corte de um terço proposto para cumprir com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os países que buscam mudanças mais agressivas, como a Alemanha, e aqueles que buscam ajustes menos drásticos, como a Irlanda, concordam que o cronograma pode ser demasiado otimista.
Acordo improvável
“Um acordo até novembro, não parece provável”, disse a ministra da Agricultura da Alemanha, Renate Kuenast. “Perder o painel da OMC mostra que precisamos realizar mais reformas do que foi proposto anteriormente”, disse Kuenast. As tentativas feitas pela Irlanda e por outros países, como a Itália, de derrubar as propostas atuais receberam um golpe em 28 de abril quando a Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmou a decisão anterior de que os subsídios oferecidos sob o regime vigente são desleais. Essa decisão pode ter fortalecido a influência dos países do norte europeu que querem que a Europa limite-se a menos, e mais eficientes, processadoras de açúcar, incluindo a Suedzucker, da Alemanha, a British Sugar, do Reino Unido, e a Danisco, da Dinamarca.
“A decisão tomada pela OMC coloca pressão sobre a comissão”, disse a ministra da Agricultura da Suécia, Ann-Christin Nykvist. “Talvez tenhamos de baixar os preços um pouco mais”, disse Nykvist. A decisão da OMC foi “severa” para a Europa, disse Fischer Boel. Ela ainda pretende apresentar sua proposta detalhada em 22 de junho para obter “talvez um acordo político em novembro”.
Compensação
Pelo sistema atual, no qual os preços na União Européia são três vezes mais altos do que os pagos no mercado internacional, o bloco econômico paga € 400 (US$ 515,16) a tonelada para as exportadoras de açúcar para compensá-las pela diferença de preço. Esses subsídios renderam só para a Tate & Lyle £ 127 milhões (US$ 239,13 milhões) no ano passado.
kicker: Cronograma de redução das subvenções é considerado demasiado otimista pelos membros da UE