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Ipiranga lucra R$ 134,5 milhões

Atividades nas áreas petroquímica e de distribuição foram o destaque, mas o refino não vai bem. As Empresas de Petróleo Ipiranga apresentaram lucro líquido de R$ 134,5 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 68,3% em relação ao mesmo período de 2004. A receita bruta consolidada teve elevação de 26,9%, totalizando os R$ 6,5 bilhões, enquanto o Ebtida do grupo atingiu os R$ 319,2 milhões, 39% acima do registrado no primeiro trimestre de 2005.

O diretor superintendente da distribuidora Companhia Brasileira de Petróleos Ipiranga (Ipiranga Petróleo), Leocádio de Almeida Antunes Filho, disse que contribuiu para o resultado do grupo, o bom desempenho das atividades de distribuição e petroquímica.

Na distribuição, Antunes Filho destacou o ganho de participação no mercado e o aumento das vendas das duas distribuidoras do grupo. “A comercialização de álcool, por exemplo, apresentou forte crescimento, resultado do crescimento da frota de veículos bicombustível e do aumento da fiscalização e diminuição do ICMS sobre o combustível em São Paulo”, disse.Na Ipiranga Petróleo, o crescimento das vendas e o ajuste de preços realizados em julho, outubro e novembro do ano passado ocasionaram um crescimento de 26,7% na receita bruta, frente o primeiro trimestre de 2004, para R$ 4,4 bilhões. O lucro líquido foi 85% acima do verificado em março de 2004, alcançando os R$ 73 milhões, enquanto o Ebtida aumentou 41%, totalizando R$ 77,4 milhões. Os resultados incluem a participação da empresa na petroquímica do grupo. Somente a atividade de distribuição da empresa registrou lucro de R$ 37,7 milhões, com um crescimento de 92,9%.

A Ipiranga Distribuidora, do Rio Grande do Sul, registrou lucro líquido 99,2% maior, de R$ 34,3 milhões, também puxado pelo bom resultado da petroquímica. O lucro na atividade ficou em R$ 16,7 milhões. A receita bruta teve elevação de 14,7%, para R$ 801,6 milhões. O Ebtida sofreu leve queda, de R$ 24,8 milhões, para R$ 24,2 milhões ao final de março.

A Ipiranga Petroquímica apresentou um aumento de 109,7% em seu lucro líquido, que atingiu os R$ 103,5%. A receita bruta passou dos R$ 481,4 milhões para R$ 660,6 milhões. O Ebtida teve elevação de 30,1%, para R$ 95,3 milhões. O diretor superintendente da petroquímica, Paulo Magalhães, disse que o bom desempenho da empresa, deveu-se, entre outras coisas, ao bom resultado da Copesul, na qual a empresa possui 30% de participação, que colaborou para um aumento de 56,5% no resultado da equivalência patrimonial, para R$ 62,5 milhões. Além disso, ele destacou o aumento de 11,5% no volume de resinas comercializado no mercado interno. “Tivemos um aumento das vendas nacionais, em prejuízo das exportações (que tiveram redução de 10% no volume), ainda assim o faturamento com vendas no exterior apresentou um aumento de 21%.” Ele também destacou a redução de 10,1% no endividamento líquido da empresa, que ficou em US$ 235,4 milhões ao final de março. “Hoje a dívida não é mais uma preocupação, até o final do ano a relação dívida/ebtida não deve passar de 1%”, afirmou.

Refinaria busca alternativa

Com resultados negativos, a Ipiranga Refinaria busca alternativas para voltar às suas atividades e ampliar o faturamento. Sua receita bruta caiu 8,7%, para R$ 243,7 milhões, no primeiro trimestre. A atividade de refino teve prejuízo de R$ 3,8 milhões. Com os 51,8% da Ipiranga Petroquímica, 11% da Ipiranga Petróleo e 7,65% da Ipiranga Distribuidora, o resultado da equivalência patrimonial foi de R$ 56,5 milhões, possibilitando à empresa registrar lucro líquido de 52,8 milhões.

A perspectiva é ainda pior, já que ao final de março a empresa decidiu suspender a compra de petróleo e, a partir de abril, deixou de produzir derivados. Hoje a empresa produz nafta a partir do refino temporário de condensado para a Copesul, mas como a matéria-prima é adquirida pela petroquímica, o faturamento é apenas pelo serviço.

Segundo a diretora da refinaria, Elizabeth Telechea, a operação é um teste e a empresa pode estudar a produção do nafta para o mercado interno, já que o preço do insumo acompanha o mercado internacional. “Teríamos que avaliar, mas hoje há um grande consumo de nafta e a produção é incipiente no País.”

A refinaria também discute com o governo e com a Petrobras uma solução que permita seu retorno às produção de derivados. A proposta é o subsídio ao óleo cru. “Até agora nós subsidiamos os derivados, poderia o subsídio da compra de petróleo”.