O presidente da Südzucker, Theo Spettman, informa que a gigante alemã do açúcar está procurando por negócios no Brasil. Será o primeiro investimento da empresa em açúcar fora da União Européia. A Südzucker é a maior empresa do mundo na área de açúcar, com faturamento anual de 4,9 bilhões de euros e produção, em 2004/05,de 5,1 milhões de toneladas.
Spettman diz que existe a determinação da empresa em se instalar no Brasil no curto prazo, mas não especifica como será a empreitada. Ele não descarta a compra de alguma usina brasileira, como fizeram outras empresas estrangeiras nos últimos anos, como a Louis Dreyfus.
O executivo informa que o crescimento das exportações brasileiras, responsável por cerca de 26% do comércio mundial de açúcar, é um atrativo para a Südzucker. “O Brasil é um dos poucos exportadores que consegue vender açúcar no mercado mundial com lucro”, diz.
O executivo europeu lembra, contudo, que a União Européia é um jogador neste mercado tão importante quanto o Brasil. Spettman cita Charles Darwin ao ressaltar que quem sobrevive nem sempre é o mais forte ou o mais inteligente, mas aquele que está mais preparado para mudanças.
Notícias Relacionadas
“Tanto Brasil e União Européia são jogadores importantes que precisam lembrar de suas responsabilidades no fornecimento de alimentos para toda comunidade mundial”, diz. Segundo ele, o regime europeu funciona com sucesso há mais de 30 anos por meio de cotas, o que criou renda para seus participantes e evitou a competição predatória.
Spettman afirma que, apesar das reformas, a União Européia irá manter uma produção significativa de açúcar de beterraba, que será concentrada em regiões mais favoráveis à cultura. “Essa produção será suficiente para manter a indústria de açúcar européia ativa”, diz. O executivo lembra que esta competição tem de ser justa.
Ao ser questionado se havia achado a recente decisão da Organização Mundial de Comércio, dando vitória ao Brasil na questão de a UE estar reexportando com subsídios produto importado das ex-colônias, ele diz que foi uma decisão política.
A Südzucker tem mais de 18 mil funcionários em cerca de 50 fábricas espalhadas pela França, Bélgica, Alemanha, Áustria, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Romênia, Hungria e Moldávia.
