O impacto dos incêndios criminosos ou acidentais na próxima safra de cana pode chegar a R$ 10 mil por ha, se a cana não puder ser colhida. A afirmação é de Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, durante coletiva de imprensa ontem, na sede da entidade em São Paulo.
Segundo ele, mais de 50% dos incêndios atingiram áreas que já haviam sido colhidas nesse ano. “O fogo queimou a cana vegetando, com dois meses, três e quatro meses. Ela torrou e terá que rebrotar. O grande risco é essa área não ter ponto de corte em 2015, o que impactará na oferta de cana na próxima safra. Se não for colhida, a perda chegará a R$ 10 mil por ha”, diz.
De acordo com ele, quando o fogo atinge a cana que não está pronta para ser colhida, e que grande parte dela ainda teria um período vegetativo e de maturação, causa sérios danos. “Nessas áreas houve perdas de 12% do potencial da produtividade agrícola, já que se colheu uma matéria-prima com 9 toneladas a quem do efetivo e com 10 kg de açúcar abaixo do potencial. Isso gera um prejuízo na ordem de R$ 1500,00 a R$ 1700,00 por ha por não ter atingido o ponto ideal de corte”, lembra.
Além disso, ainda ressalta que muitas empresas tomaram multas porque a cana foi colhida sem autorização da queima. “Em outros casos, houve autorização para colheita porque a Cetesb entendeu que houve um crime. “Acreditamos que o clima impactou até 95% na perda da produtividade agrícola, e cerca de 5% foi fruto de incidência de incêndio, com uma quebra maior em função da queima fora do período correto de maturação”, finaliza.