A economia mundial, que se desacelerou devido ao encarecimento da energia e das flutuações cambiais, deverá recuperar dinamismo na segunda metade do ano, segundo a análise dos ministros de Economia e Finanças da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Tais previsões de recuperação estão submetidas a uma série de riscos, sobretudo à evolução dos preços do petróleo e à persistência dos desequilíbrios financeiros de caráter interno e externo, assinalaram os ministros ao término de seu encontro anual em Paris.
No comunicado final, citaram sobretudo desequilíbrios vinculados a déficit orçamentários e comerciais de alguns países, disseram que não se podem excluir “fases de turbulências” e que “perseverar nas reformas estruturais contribuirá para atenuar eventuais perturbações”.
Nesse sentido, afirmaram ser fundamental chegar a uma situação viável das finanças públicas no chamado “clube dos países desenvolvidos”, dadas as pressões crescentes que o envelhecimento da população provocará.
A forte alta do petróleo nos últimos meses deixou mais calorosas as discussões sobre os desafios relativos à demanda energética mundial -espera-se uma alta de 60% até 2030.
Os ministros repetiram a idéia de que para lutar contra os preços elevados e voláteis da energia, é necessária uma ação dos produtores e consumidores sobre a oferta e a demanda. Mas insistiram na necessidade de criar um clima favorável aos investimentos no setor.
Energia alternativa
O primeiro-ministro sueco, Goran Persson, que presidiu a reunião, insistiu na necessidade de orientar esse investimento ao desenvolvimento de energias alternativas para enfrentar os problemas ambientais decorrentes das emissões contaminantes, e porque são um vetor de crescimento econômico. Para Persson, o que se deve buscar é maior eficiência energética.
Os 30 membros da OCDE aprovaram uma declaração na qual reafirmam seu compromisso com as Metas do Milênio de redução da pobreza extrema no mundo. Porém, não estabeleceram sistemas de obtenção de fundos com os quais aumentar os disponíveis ou esperados que admitem serem insuficientes.
O chefe do governo sueco disse que “a forma mais eficaz” de lutar contra a pobreza e favorecer o desenvolvimento é pelo comércio aberto e com regras justas, que permitirá um fluxo de capitais muito mais importante que a ajuda pública ao desenvolvimento. O último dia da conferência, da qual o Brasil participou, foi dedicado sobretudo às negociações comerciais.