A Peugeot está apresentando aos seus consumidores no Brasil, a mais nova opção entre os modelos da linha 206 comercializados no país: o motor 1.6 de 16V, agora flexível, com até 113 CV e torque máximo de 15,5 mkgf quando o motor utilizar 100% de álcool. Resultado de dois anos de pesquisa e desenvolvimento, esta inovação vai equipar a gama 206 1.6, sem dúvida um dos mais importantes produtos da Marca em todos os tempos.
E os resultados devem agradar, e muito, os consumidores. Fruto de um trabalho conjunto entre os engenheiros do Centro de Produção de Porto Real RJ e da Robert Bosch do Brasil, todo o sistema Flex disponibilizado inicialmente para a linha 206 1.6 foi pensado para oferecer a melhor relação possível de desempenho dentro das características possíveis em cada uma das situações de uso: exclusivamente gasolina, exclusivamente álcool ou a mistura, em qualquer porcentagem, de ambos.
Para tanto, a taxa de compressão foi mantida e os usuários irão perceber ganhos reais em termos de acelerações e retomadas de velocidade, o que se traduz em maior segurança nas ultrapassagens e demais condições onde o torque é mais exigido. Além disso, o uso do álcool permitirá um menor nível de ruído do motor, o que significa ainda mais conforto para os usuários.
O motor TU5JP4, produzido em Porto Real RJ, já havia recebido adaptações para utilizar a gasolina brasileira, a qual recebe uma adição de 22% a 25% de álcool anidro. Por isso, não foram necessárias muitas mudanças, considerando-se, inclusive, o fato de este motor ser resultado de um projeto recente, já oferecendo muitas inovações tecnológicas. As maiores adaptações aconteceram em sistemas periféricos, como os de alimentação da partida a frio, velas e algumas outras peças.
“A Peugeot sempre prima em oferecer a mesma qualidade em todos os seus produtos, inclusive os motores e por isso precisou de um tempo maior para desenvolver seu sistema flexível”, afirma Ana Thereza Borsari, Diretora de Marketing da Peugeot do Brasil, que acrescenta: “E por essa responsabilidade não nos preocupamos com prazos ou com a concorrência, mas em desenvolver a melhor solução para os nossos produtos. Por isso, também, estarmos oferecendo a tecnologia Flex inicialmente apenas na motorização 1.6 16V, ou seja, estamos desenvolvendo cada propulsor com o maior cuidado e atenção”, completa Ana Theresa.
Essa preocupação ressaltada pela Diretora de Marketing da Peugeot pode ser comprovada pelo fato de os motores utilizados pela Marca no Brasil, bem como todos os seus sistemas de alimentação – incluindo os veículos importados – já estarem adaptados para funcionar com gasolina acrescida de álcool, ou seja, preferiu-se o desenvolvimento completo a uma simples complementação.
Os motores mais limpos do mercado
“A chegada da opção Flex Fuel nos modelos Peugeot 206 é muito mais do que a simples entrada da Marca em um segmento crescente de mercado. Nossos carros, que já atendiam às mais exigentes normas européias sobre emissão de poluentes e que só entrarão em vigor em 2007, estarão agora, quando os consumidores utilizarem mais o álcool, contribuindo ainda mais para a preservação da qualidade do ar, o que nos coloca em posição de vantagem em relação ao mercado”, revela Reinaldo Siffert, Gerente de Produto da Peugeot do Brasil, considerando para isso o fato de os motores Peugeot serem resultado de projetos mais modernos.
“Outro avanço importante desse motor é que ele permitirá, ao longo de toda sua vida útil, “medir” todo o álcool que for consumido, atendendo à uma solicitação do governo, que utilizará estes dados dentro de suas obrigações com o Protocolo de Kyoto, ou seja, quanto mais álcool for utilizado, mais “créditos de carbono” terá o país para utilizar como compensação à emissão de CO2 , sobretudo em comparação a outros países”, completa Reinaldo.
Como funciona o sistema
O sistema de gerenciamento Flex Fuel desenvolvido pela Bosch controla e comanda todos os parâmetros do motor. Dessa forma, o ajuste do funcionamento, em função da proporção da mistura de combustível, é feito de maneira automática, sem nenhuma necessidade de intervenção do motorista.
Através das informações enviadas pela sonda Lambda, o módulo reconhece o percentual da mistura álcool/ gasolina e, portanto, quanto de álcool existe no tanque. Com base nessas informações, o sistema estabelece os critérios de funcionamento do motor quanto à mistura de ar e combustível, ponto de ignição etc.
A partida a frio faz parte desse gerenciamento. Composta por um reservatório de gasolina com 0,5 litro, instalado no compartimento do motor, além de mangueiras e sensor de temperatura, ela é acionada automaticamente sempre que houver uma mistura acima de 80% de álcool no tanque e a temperatura for inferior a 14,5°.
O próprio calculador do motor envia um comando que se encarrega de injetar gasolina no sistema de alimentação, facilitando a ignição. Não há necessidade de se esquentar o motor do veículo, como acontecia com os antigos veículos movidos a álcool. Para o motorista, é só ligar e andar.
Não há diferenças em termos de custo de manutenção, quando comparados os motores 1.6 16V Flex e 1.6 16V a gasolina.
Peças protegidas
A gasolina nacional, por determinação legal, já conta com cerca de 22% de álcool anidro em sua composição. Mas a presença de 100% álcool hidratado no sistema de alimentação do 206 1.6 16V Flex exigiu que algumas mudanças fossem feitas, para que a durabilidade de alguns componentes não fosse afetada. As peças especiais da nova versão são as seguintes:
Sonda Lambda – existente também no motor movido à gasolina, é principal sensor do sistema, desempenhando papel vital para o bom funcionamento do motor. É composto por um tubo de dupla proteção, para maior resistência ao choque térmico devido à formação de água no tubo de escape, na fase fria, quando o combustível é apenas álcool. Já possuía tratamento por causa da mistura de álcool na gasolina.
Injetor de combustível – Conta com uma faixa de operação mais longa para atender aos requisitos do sistema. Desde a marcha lenta, quando o fluxo de combustível é menor, até a plena carga com álcool, quando há necessidade de uma grande quantidade de combustível a ser injetada.
Regulador de pressão – apresenta componentes feitos de aço inoxidável, para maior resistência à corrosão. Também já recebia tratamento na versão a gasolina.
Bomba de combustível – o kit de funcionamento da bomba para o motor 1.6 16V Flex é diferente do encontrado nos motores a gasolina, por ser do tipo selado, o que permite a proteção de toda a sua parte elétrica, evitando faíscas. Também aqui foram usados materiais mais resistentes à corrosão.
Velas de ignição – Tiveram seu grau térmico diminuído, em função do novo combustível.