SÃO PAULO – A Organização dos Plantadores de Cana da região Centro-Sul (Orplana) espera que no ciclo que vem, o 2015/16, a oferta de cana de fornecedores no Estado de São Paulo seja igual a que será obtida em 2014/15, que, por sua vez, também apresentará uma queda em relação ao ciclo 2013/14. A baixa renovação de canaviais pelos fornecedores e o desenvolvimento fraco da cana rebrotada explicam a projeção, segundo o presidente da entidade, Manoel Ortolan. Em torno de 25% da matéria-prima processada pelas usinas paulistas vem de fornecedores.
Nesta temporada 2014/15, explica Ortolan, a quebra de produtividade devido à seca dos fornecedores de cana de São Paulo será de 15% a 17%. Assim, em vez de fornecer para as usinas do Estado 90 milhões de toneladas da matéria-prima, como foi feito em 2013/14, os produtores terão a entregar em torno de 78 milhões de toneladas. “A próxima safra, 2015/16 será muito parecida com esta”, diz Ortolan.
Os fornecedores de São Paulo renovaram em 2014 apenas 12% de seu canaviais devido à seca, segundo dados Orplana. O ideal teria sido a reforma de 17% da área, percentual anual que mantém o canavial “mais equilibrado”, ou seja, com uma produtividade mais homogênea ao longo de todo o ciclo da planta, que é de cinco anos.
Ortolan afirmou que deveriam ter sido reformados este ano 225 mil hectares de cana no Estado, mas devido à estiagem, os produtores conseguiram renovar o plantio de apenas 198 mil hectares, deixando de plantar 27 mil hectares. Assim, na próxima temporada, a 2015/16, essa área que não foi reformada terá uma produtividade menor do que seu potencial.
Ortolan diz que os produtores estão se preparando para fazer o plantio de cana de um ano (que se desenvolve por 12 meses antes de ser cortada) agora no fim deste ano, logo que voltar a chover. “A cana que já tiver sido plantada e não tiver se desenvolvido, será arrancada e um novo plantio será feito”, avisa Ortolan.
(Fonte: Valor Econômico)