A área cultivada com produtos orgânicos no Brasil deve crescer cerca de 20% em 2005, ultrapassando os 450 mil hectares cultivados. A projeção é do secretário-executivo da Associação Brasileira de Produtores e Processadores de Orgânicos (Brasilbio), Guto Mazzo. Dados do fórum das empresas certificadoras apontam que em 2004 a área cultivada com orgânicos era de 380 mil hectares.
No ano passado o setor registrou receita de US$ 200 milhões, sendo US$ 140 milhões provenientes das exportações e o restante do mercado interno. “O Brasil é um dos principais produtores de soja e açúcar orgânicos, mas ainda é muito pouco. Se a produção for cinco vezes maior continuará havendo demanda”, afirma Mazzo.
Na visão de Mazzo, o que falta é o consumidor conhecer os produtos que, apesar de serem pelo menos 30% mais caros que os convencionais no atacado, têm público cativo e potencial. “Com o fortalecimento do mercado interno os produtores se aprimoram tecnicamente e conseguem exportar mais e com preço melhor”, aposta.
Uma das cartadas da Brasilbio para popularizar os orgânicos é a realização da Bio Brazil Fair, que ocorre em maio. A feira tem como objetivo estimular negócios na área de alimentação orgânica.
Pequeno no ranking
Embora o mercado mundial de orgânicos movimente cerca de US$ 26,5 bilhões ao ano o Brasil responde por apenas 3,77%, com cerca de US$ 100 milhões. Segundo dados da Agência Brasileira de Promoção à Exportação (Apex), porém, a comercialização de produtos orgânicos brasileiros cresce, anualmente, o dobro da média mundial, cerca de 50%.
Segundo o gerente de projetos da Apex, Eduardo Caldas, a agência está no momento formatando um programa para a promoção das exportações do segmento. No mês passado um passo importante foi dado: o Brasil foi eleito o país tema da principal feira setor, a Biofach, na Alemanha. Enquanto em 2004 a feira gerou negócios da ordem de US$ 15 milhões para o Brasil, na edição 2005 a performance foi duas vezes melhor, com US$ 31,4 milhões em contratos fechados.
Em área plantada o Brasil fica atrás da Austrália, Argentina, Itália e Estados Unidos. Em número de propriedades é o segundo colocado, com 19 mil produtores.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 11)(Dimalice