Mercado

Fusões e aquisições de usinas deverão aumentar neste ano

O setor sucroalcooleiro deverá continuar movimentado com fusões e aquisições em 2005. De acordo com Luis Fernando López, diretor da KPMG, a expectativa é que ocorram entre cinco e dez operações de aquisição neste ano no setor de açúcar e álcool. Em 2004, a KPMG registrou cinco casos de aquisição neste setor.

López disse que os investidores estrangeiros estão analisando oportunidades no Brasil. “Eles estão definindo qual a melhor estratégia de entrar no país, se por meio de aquisições ou na construção de usina nova”, afirmou o executivo, que participou ontem do seminário internacional de açúcar e álcool, organizado pela consultoria alemã F.O. Licht.

No Centro-Sul do país, há 40 projetos para a construção de usinas novas. Os preços altos da commodity, segundo López, não afugentam os investimentos. “Os grupos propensos a fazer aquisições tomam a decisão de investimento pensando no longo prazo, não na conjuntura de preços”.

Entre os potenciais investidores estrangeiros, López citou os europeus, asiáticos e até americanos. De acordo com ele, não há negociação em curso neste momento. O diretor da KPMG acredita que os grandes grupos do setor instalados no país também devem continuar expandindo seus negócios por meio de aquisições. No ano passado, o grupo Cosan e seu parceiro FBA foram os principais compradores.

Os investimentos de grupos nacionais no exterior também estão crescendo. A Coimex Trading deve inaugurar em abril sua destilaria de álcool na Jamaica, informou Nelson Ostanello, diretor da trading. A Coimex investiu na nova destilaria cerca de US$ 10 milhões em sociedade com a Petrojam, refinaria de petróleo da Jamaica. A planta deverá receber álcool hidratado, transformá-lo em anidro e reexportá-lo para os Estados Unidos. “A capacidade de industrialização de nossa planta é de 150 milhões de litros de álcool”, disse Ostanello.

Segundo ele, os países do Caribe estão recebendo novos investimentos em destilarias para desidratar o álcool. A região é beneficiada pela Iniciativa da Bacia do Caribe (Caribbean Basin Initiative), acordo criado pelos Estados Unidos e que permite a entrada de até 7% da demanda de álcool americana sem a cobrança de tarifa de importação. Esse acordo poderá ser revisto em 2007.

Conforme Ostanello, as exportações de álcool devem continuar aquecidas neste ano, contrariando as estimativas baixistas realizadas pela F.O. Licht. Segundo ele, os Estados Unidos deverão continuar comprando álcool do Brasil via Caribe. “Temos contratos de longo prazo com empresas americanas”.

Em 2004, o Brasil exportou 2,4 bilhões de litros de álcool. A Coimex estima que os embarques fiquem entre 2,2 bilhões e 2,3 bilhões de litros em 2005. A F.O. Licht prevê embarques de 1,5 bilhão.

Banner Revistas Mobile