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Usina brasileira para UE

Acordo firmado com a Celtica prevê a construção de três unidades de cogeração por € 27 milhões. A Erro! A referência de hyperlink não é válida. fornecedora pernambucana de sistemas de energia com fontes alternativas, fechou contratos para construção de três centrais de cogeração a partir de resíduos de madeira no sul da Itália, com capacidade instalada total de 21,5 MW.

O grupo investidor em energia elétrica italiano Celtica Engineering – que já possui 1.000 MW gerados com de “fontes convencionais” – vai aplicar um total de aproximadamente € 27 milhões nas três primeiras unidades, mas assinou um protocolo de intenções que prevê uma parceria comercial de exclusividade com a Koblitz por cinco anos para a implantação de projetos de geração a partir de fontes alternativas que totalizem ao menos 20 MW/ano.

O acordo marca a entrada da Koblitz no mercado europeu e estimula a empresa brasileira a disputar com companhias européias projetos semelhantes, já que a União Européia mantém uma campanha pelo aumento das fontes alternativas na matriz energética da região.

A intenção da UE é que até 2010 cerca de 20% da energia gerada nos países membros sejam provenientes de fontes como eólica, solar, hidráulica ou biomassa. Além disso, o compromisso dos países europeus com o Protocolo de Quioto é de diminuir a emissão de CO2 em 8% até 2012. Para isso governos ou indústrias locais podem preferir termelétricas a partir biomassa em vez de movidas a combustíveis fósseis.

Segundo o presidente da Koblitz, Luiz Otávio Koblitz, a economia alcançada pela Celtica com o contrato deve chegar a 30%, na comparação com propostas de empresas européias. “Estamos em condições competitivas muito interessantes para os investidores europeus, principalmente com relação aos preços”, afirmou.

Segundo o diretor de comércio exterior da empresa, Marcílio Reinaux, além da pressão européia pela ampliação do uso de fontes renováveis, o acordo fechado com a Celtica também foi estimulado por um programa italiano que prevê que até 2% de sua energia seja proveniente de biomassa.

Para viabilizar a meta, o governo local instituiu o chamado Certificado Verde, que concede € 84 a mais para cada MWh renovável disponibilizado na rede, por um período de 12 anos, além dos cerca de € 50 por MWh pagos pela venda da energia. “Sem esse estímulo, os projetos de biomassa não seriam viáveis na Itália, pois o país não possui grandes volumes de combustível (resíduos da agroindústria)”, disse Reinaux.

No projeto da Celtica, além dos recursos destinados nas três centrais – uma na região de Campania, com 11,5 MW de potência instalada e outras duas em Puglia, de 5 MW cada – a empresa investe em uma área de reflorestamento, para que apenas 10% dos resíduos de madeira sejam importados. Juntas, as três usinas devem consumir cerca de mil toneladas/dia de madeira.

A partir de 2006, com as usinas em operação, a Celtica quer oferecer soluções semelhantes a indústrias italianas. A empresa fornecerá projeto com solução financeira, garantia de fornecimento de combustível, licença ambiental, certificado verde. Em nome da Koblitz, dará também garantia de fornecimento de equipamento, construção, comissionamento e serviços de assistência técnica.

Novos Negócios no exterior

Além da Itália, onde a Koblitz deve estabelecer um escritório até agosto, a empresa tem negociações em curso na Polônia, Albânia e Espanha. “Existem boas possibilidades de negócios, sobretudo nos dois primeiros, que são produtores de combustível, o que melhora a viabilidade dos projetos”, disse Reinaux.

A entrada da Koblitz no mercado europeu amplia a expectativa em torno do aumento do faturamento proveniente de exportações. Apesar de ter voltado esforços para o mercado externo, especialmente América Latina, a partir de 2002, somente no ano passado o segmento representou volume expressivo, de 10% do total do faturamento. Para 2005, a expectativa é que a receita com vendas externas atinja até 30% do total, ou até de US$ 45 milhões.