Mercado

NovaFox aposta na venda de biodiesel

Segundo Bueno, o biodiesel terá a mesma importância do Proálcool no país

A corretora NovaFox, fusão da brasileira Nova Fase e a inglesa Fox Energy, vai entrar no mercado de biodiesel. “Vamos intermediar a comercialização de óleos vegetais para as distribuidoras de combustíveis”, disse Ivan Bueno, um dos sócios diretores da corretora.

A estrutura para a comercialização de biodiesel ainda está em fase de implementação, explicou Bueno. “Estamos prospectando os negócios em todo o país e nos estruturando para comercializar o produto no mercado interno.”

Segundo Bueno, o programa de biodiesel deverá ter a mesma importância que o Proálcool teve para o país, com o incentivo à produção do combustível renovável.

Mercado incipiente no Brasil, o incentivo à produção de biodiesel tem o apoio do governo, que introduziu o produto na matriz energética do país. No dia 15 de janeiro, a lei do biodiesel, de número 11.097, foi sancionada, determinando a mistura de 2% aos combustíveis em até três anos. Em oito anos, o percentual obrigatório sobe a 5%.

De acordo com Adalberto Popovic, sócio diretor da NovaFox, o incentivo do governo federal à produção de óleos vegetais dará maior competitividade ao mercado. Segundo ele, os preços dos óleos vegetais, à base de dendê e mamona, por exemplo, ainda não são competitivos em relação ao diesel puro.

A demanda por óleos vegetais no Brasil para misturar ao diesel está calculada em 800 milhões de litros por ano, para um consumo anual estimado de 40 bilhões de óleo diesel. Um terço do consumo de diesel é importado. Em 2004, a importação chegou a quase 13,2 bilhões de litros de óleo diesel.

O governo pretende criar linhas de crédito específicas nos bancos oficiais federais para o financiamento a produtores de biodiesel, com incentivo aos pequenos agricultores, sobretudo de mamona e dendê. O governo também estuda apoio à produção para tornar o produto mais competitivo.

Desde o ano passado, a NovaFox negocia energia e créditos de carbono para os países da Europa. Inaugurada novembro de 2003, a corretora é especializada na comercialização de açúcar e álcool. “Os mercados de energia e créditos de carbono estão em expansão”, disse Popovic. Segundo Carlos Dornellas Filho, sócio diretor da NovaFox, a corretora negociou 610 mil toneladas de açúcar em 2004, e 600 milhões de litros de álcool. Para 2005, as perspectivas são de que os volumes negociados de açúcar e álcool cresçam de 3% a 5%.