Após um ano de euforia encerrado com o embarque de um lote recorde de 165 colheitadeiras para a Venezuela, amanhã, no porto de Rio Grande, a AGCO já prevê recuo nas exportações em 2005 devido ao dólar desvalorizado e à retração doméstica em função da queda dos preços dos produtos agrícolas.
Por conta disso, a empresa reavalia o projeto de expansão da capacidade da fábrica de Canoas de 2,5 mil para 4 mil tratores por ano até maio, parte de um pacote de US$ 15 milhões em investimentos no qual está incluída a unidade de colheitadeiras de Santa Rosa.
Segundo o gerente de vendas para a América do Sul, Carlos Dalla Corte, a combinação do câmbio defasado com o aumento nos custos deverá reduzir em até 25% as exportações e 10% as vendas internas em 2005. A AGCO já teve até que absorver o custo da queda do dólar para evitar o cancelamento de 25% de um pedido da matriz americana de 1,6 mil tratores.
Se as projeções se confirmarem, a produção de tratores da AGCO cairá das 22 mil unidades deste ano para pouco menos de 18 mil em 2005, abaixo das 24,2 mil projetadas. Nas colheitadeiras, a queda será de 2,5 mil para menos de 2,1 mil unidades, ante a projeção original de 2,7 mil.
Dalla Corte admite que o cenário para 2005, especialmente no mercado externo, é “apavorante” para a empresa, que neste ano exportará 56% dos tratores fabricados em Canoas e 46% das colheitadeiras produzidas em Santa Rosa.