Wellington Bernardes, Da Redação
Foi iniciado na semana passada um debate sobre o uso de MPBs no grupo de tratos culturais em cana-de-açúcar do LinkedIn. As discussões focaram os entraves de implantação do sistema, que atualmente possui elevado custo de produção. O sistema, que possui vantagens produtivas e de manejo em campo, ainda enfrenta dificuldades para otimização e redução de custos na etapa de viveiro.
O gerente agrícola da Jalles Machado, Henrique Martins, confirmou a importância de investir em novas tecnologias de produção de mudas e de multiplicação de novos varietais. “Estamos produzindo em escala, buscando otimizar os processos, agrícola e custos, pois, o mercado nos exige uma redução deste para melhorar nossa competitividade “, explicou.
Os participantes do debate relataram suas experiências na produção de mudas pré-brotadas, e concordaram sobre o elevado custo da muda produzida em tubetes. Segundo a engenheira agrônoma da Canoeste, o uso de bandejas pode ser uma alternativa para reduzir os custos com substratos. “O uso dos tubetes deve ser melhorado, o uso de bandejas diminui o volume de substrato. Porém a questão é se o tamanho dos microtoletes são compatíveis com a bandeja” , afirmou.
Outro entrave apontado pelos membros do grupo é a extração de gemas, o engenheiro agrônomo Roberto Orives Sophia afirmou que a falta de equipamentos para a atividade dificulta o processo. O também engenheiro agrônomo Paulo Roberto Carrozza sugeriu máquinas motorizadas elétricas, que extraem as gemas em tamanho ideal e de forma isolada.
Na manhã de quinta-feira, dia 3 de julho, o grupo discorreu sobre os custos de operação do sistema MPB em relação ao plantio mecanizado e como isto pode afetar o preço da muda. “O desafio é custo, no caso, o sistema deve competir com plantio mecanizado que usa 18 toneladas de cana por hectare, ou R$ 2500 a R$3000 plantado, certo? No caso para competir, utilizando 13334 mudas de cana no sistema MPB, a muda deviria custar R$ 0,22 no caso, considerando o raciocínio de um produtor, sem considerar as vantagens adicionais do MPB”, explicou Roberto. Carozza ressaltou a importância do controle de custos em todos os processos para que a preço unitário da muda seja mais competitivo. “Para um canavial com boa densidade (não considerando replantio) precisaríamos de 20001 ou 26668 mudas, para 3 ou 4 mudas por metro de linha. Hoje o mercado fala de R$ 0,75 a R$ 1,20 por muda, indo pela mais barata e pelo melhor volume teríamos R$ 20.001,00 só de mudas. Esse diferencial tem que sair das diferenças da operação”, concluiu.
Motivado pelo debate, o JornalCana eleborou um questionário para verificar a percepção dos profissionais do setor a respeito das dificuldades encontradas para a produção da MPB no país.