Quando o setor industrial nordestino recebeu a notícia de que o Governo Federal aprovou a lei 13.000 de 18 de junho, que autoriza política pública para o etanol da região, comemorou. Para Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de PE, sindicato que representa as usinas do Estado, o Governo Federal agiu com decência e equilíbrio na aprovação da lei, face a seca da safra 12/13 que foi a maior dos últimos 50 anos, quando a produção só em Pernambuco caiu 24%. “Esse mecanismo ajuda no bloqueio das quebradeiras da agroindústria da cana na nossa Região, e inicia uma recuperação de grandes perdas sofridas, além de colaborar com a retomada da competitividade”. Conforme a lei, as usinas receberão R$ 0,25 por litro de etanol produzido no período.
Segundo o texto, fica a União autorizada a conceder crédito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, no montante de até R$ 30 bilhões, em condições financeiras e contratuais a serem definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda.
O dirigente reconhece também a sensibilidade do planalto e do Congresso Nacional com a lei 12.999, que contemplará a cana do fornecedor com um complemento de R$ 12 por tonelada. “O negócio da cana e do etanol no Nordeste, continuará existindo, gerando empregos e renda para mais de 200 municípios onde são mantidos cerca de 300 mil empregos formais e diretos. O ciclo de produção na região ocorre de forma complementar ao Centro Sul, o que é relevante para o País, que passa a conseguir atender com energia limpa às demandas veiculares e de cogeração de bioeletricidade durante os 12 meses do ano”, comenta.
Indignação
As importações de etanol por grandes tradings em operações de Trade-Finance, em brechas na legislação federal, através de descargas intempestivas e desordenadas de volumes em portos do nordeste, prejudicou ainda mais a região que tem seu abastecimento complementar, quando necessário, atendido pela produção superavitária do centro-oeste. Com essa afirmação, Cunha demonstra sua indignação. “A agricultura do Nordeste não está condenada a ser somente importadora de grãos e de agro- energia do Centro Sul, pois a região nordeste ao poder conjugar políticas de emergência com outras estruturantes, sempre consegue suplantar os gargalos climáticos, criando convivência produtiva com as secas”, conclui.