A produção de etanol através do esmagamento de grãos nas usinas de cana-de-açúcar no Mato Grosso, é viável mas esbarra principalmente nas questões de logística. Tanto é viável, que tem sido tema de debates nos representantes da cadeia produtiva naquela região e segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos, duas usinas do Estado já foram adaptadas para a produção do biocombustível através de sorgo e milho. Cerca de 100 mil toneladas de grãos já foram esmagados para esta finalidade na última entressafra do setor sucroenergético.
De acordo com ele, a produção tem viabilidade total e absoluta e o investimento industrial varia entre R$ 25 e R$ 50 milhões para que uma usina se torne flex. Outro benefício apontado pelo diretor do Sindalcool é subproduto que resulta do esmagamento dos grãos, uma proteína chama BDGS que pode ser fornecida para alimentação de bovinos e suínos em confinamento.
O gerente de planejamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Cid Sanches, diz que o esmagamento de grãos para produção de etanol pode ser realizado na entressafra.
Custos menores
Santos explica que enquanto o produtor gasta em torno de R$ 1,50 para a geração de etanol pela cana-de-açúcar, através dos grãos o valor passa para R$ 1,20. “Aqui esbarramos na logística. Para deslocarmos um litro de etanol até Paulínia, em São Paulo, o custo varia entre R$ 0,18 e R$ 0,22, como fazer isso com um produto com custo de produção de R$ 1,20?”, questiona Santos.
Sendo assim, o comércio fica restrito aos mercados da região Norte, como Rondônia, e ao abastecimento do próprio estado do Mato Grosso. (Fonte: Portal Canal do Produtor)