“Os números assustam, mais de 60 usinas já foram desativadas, 60.000 empregos foram perdidos e a arrecadação fiscal nos municípios canavieiros está diminuindo”, disse.
Géraldine mencionou que uma das alternativas para ajudar o setor a sair da crise seria o governo deixar de subsidiar a gasolina, algo que tem sido difícil.
Com apoio do projeto Apex-Brasil/Unica, a executiva levou a experiência do País em dois importantes painéis “O papel e o impacto da política do governo de hoje” e “As controvérsias do ILUC”.
Segundo ela, é preciso que o país desenvolva políticas públicas que foquem em três grandes eixos: definição no longo prazo de qual será a participação da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, pois em 2007 a matriz contava com 50% de fontes renováveis e hoje conta com apenas 42%; aplicar a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) novamente e a gasolina ter uma taxa uniforme de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) em todos os estados brasileiros; e aumentar a eficiência dos motores flex quando abastecidos com etanol.
Também participaram desse painel Geoff Cooper, da Renewable Fuels Association(RFA); Rob Vierhout, da ePURE; Christopher Standlee, da Abengoa Bioenergy; e Christopher Hessler, da AJW, Inc.
No painel “As controvérsias do ILUC”, Géraldine Kutas comparou que tentar reduzir os Efeitos Indiretos do Uso da Terra (ILUC) dos biocombustíveis era um grão de areia no mundo das emissões de CO2. Ela comentou sobre a abordagem feita pelos Estados Unidos e pela Europa sobre biocombustíveis, rotulando a iniciativa americana bem mais pragmática, enquanto que a da Europa não apresentou coragem política para diferenciar os biocombustíveis de primeira geração. Cinco anos após a aprovação da Diretiva Europeia sobre energia renovável ainda discute-se o tema sem legislação aprovada.
“A União Europeia (UE) limitou o consumo do biocombustível por considerá-lo como de primeira geração”. Além disso, ela define que para eles “existem dois pesos, duas medidas: critérios específicos de sustentabilidade para biocombustíveis e nenhum para a biomassa utilizada em outros usos, simplesmente porque a UE precisa importar grandes volumes de biomassa para cumprir com a suas metas”, disse Kutas.