Mercado

Usineiros investem US$ 500 milhões

O preço do álcool se recuperou no mercado interno e as exportações do combustível e de açúcar movimentaram os portos este ano. O resultado dessa equação foi o aumento de 17,5% no faturamento das usinas de cana-de-açúcar, na comparação com a safra passada, e o anúncio de novos investimentos na expansão da produção em Minas Gerais. Com 97,66% da produção concluída este ano, as 21 fábricas devem encerrar 2004 com faturamento de US$ 467 milhões e planos de aumentar a produtividade no próximo ano. Os usineiros vão investir cerca de US$ 500 milhões, até 2007.

Seis usinas de moagem de cana estão atualmente em construção em Minas, no Triângulo Mineiro, onde se concentram os empresários do setor. “Vamos implantar em maio uma usina em Limeira do Oeste, que está sendo construída”, diz Vítor Montenegro Wanderley Júnior, diretor gerente da Usina Coruripe, do Grupo Tércio Wanderley, quarta maior empresa do setor sucroalcooleiro no País. A unidade vai esmagar no primeiro ano de atividade 600 mil toneladas de cana, que irão produzir 56 milhões de litros de álcool.

O grupo, principal integrante na parceria com o governo estadual para a construção de 128 quilômetros de rodovias, estimados em R$ 29,6 milhões, confirmou que a abertura de estradas continua em 2005. Este ano a empresa já concluiu o asfaltamento de 72 quilômetros no Triângulo Mineiro, no total de R$ 12,8 milhões. Entre as obras previstas para o primeiro semestre do próximo ano está o trecho de Pirajuba para a BR-262. O investimento será de R$ 16,8 milhões.

SAFRA RECORDEDados do Sindicato da Indústria do Açúcar e da Fabricação do Álcool de Minas Gerais (Siamig/Sindaçúcar) mostram que os investimentos industriais e agrícolas no Estado devem ultrapassar US$ 45 milhões este ano. Ao longo de 2005, outros US$ 46 milhões estão previstos em obras. A safra de cana no Estado, iniciada normalmente em abril e encerrada em novembro, deverá atingir a produção recorde de 21 milhões de toneladas. Desse total, foram industrializadas 1,3 milhão de toneladas de açúcar e 750 milhões de litros de álcool.

Para o presidente do sindicato do açúcar e do álcool em Minas, Luiz Custódio Cotta Martins, o cenário poderia ser melhor, caso a concorrência com empresas de São Paulo não tivesse prejudicando as vendas no Estado. “De todo o álcool produzido este ano, apenas 34% ficou em Minas. O resto foi exportado ou vendido em outros estados”, afirma. O principal obstáculo é a diferença de ICMS sobre o produto em relação a São Paulo. As empresas em Minas pagam 25% do imposto, enquanto as paulistas, 12%. Por isso, o combustível produzido fora do Estado chega mais barato aos grandes centros consumidores, como a Grande BH. Empresários estão em negociação com o governo estadual para tentar uma solução.

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