Agricultura

Crise no setor de biocombustíveis da Malásia

Crise no setor de biocombustíveis da Malásia

A Malásia, país do Sudeste Asiático, que tem a moderna capital Kuala Lumpur, também sua maior cidade, enfrenta problemas no setor de biocombustíveis nesta última década. De acordo com o relatório da USDA — Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para Assuntos Estrangeiros, a baixa demanda interna, associada à forte concorrência com sua vizinha Indonésia, nos mercados de exportação, acabou comprometendo a produção de biodiesel.

malasiaAlém disso o governo tem tido problemas para implementar a mistura de biocombustíveis no país. No começo deste ano, porta-voz do governo, reiterou o comprometimento para difundir e implementar a mistura de 5% de etanol na gasolina, proposta esta, que se estende por anos e nunca teve sucesso entre os consumidores. A intenção é que até o fim do ano a mistura chegue a 10%.

O programa pretende aumentar a demanda e consequentemente a produção de óleo de palma, já que analistas acreditam que a demanda global pelo biocombustível de óleo de palma pode subir entre 2 milhões e 2,5 milhões de toneladas ainda este ano, o que seria interessante para a economia do país.

No entanto, este aumento poderia também ter um impacto negativo no ecossistema da Malásia. Para a pesquisadora Nazia Mintz-Habib, da Universidade de Cambridge, em seu artigo “A experiência na indústria de biocombustíveis da Malásia: uma análise sócio-política do ambiente comercial” (disponível no site para compartilhamento de pesquisas Academia.edu), na tentativa de aumentar o cultivo de óleo de palma, os agricultores estão destruindo regiões de produção de turfa. A turfa é um material de origem vegetal, formado principalmente por musgos, que sob condições geológicas adequadas, transforma-se em carvão e pode ser utilizado como combustível para aquecimento doméstico.