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Cana-de-açúcar começa a virar cana-de-óleo

Cana-de-açúcar começa a virar cana-de-óleo

2008-10-14 Canavial (6)

Se quiser manter sua liderança no campo dos biocombustíveis, o Brasil terá pisar fundo no acelerador das pesquisas.

Cientistas norte-americanos anunciaram um passo importante para transformar a cana-de-açúcar em uma verdadeira usina de energia.

Usando técnicas de manipulação genética e biologia sintética, eles aumentaram a taxa fotossintética da cana-de-açúcar em 30% e, mais importante, transformaram a planta, conhecida por sua produção de açúcar e álcool, em uma cultura produtora de óleo.

O professor Stephen Long, da Universidade de Illinois, afirma que estes são apenas os primeiros passos de uma iniciativa que visa transformar a cana e o sorgo – duas das plantas mais produtivas que se conhece – em verdadeiras “biousinas” para produção de combustível.

Cana que produz óleo

Segundo Long, a soja não é produtiva o suficiente para atender as necessidades de produção de combustíveis renováveis.

“A cana-de-açúcar e o sorgo são plantas extremamente produtivas e, se você puder fazê-las acumular óleo em suas hastes, em vez de açúcar, isso lhe daria muito mais óleo por hectare,” disse ele.

A equipe introduziu genes que aumentaram a produção de óleo natural da cana-de-açúcar para cerca de 1,5%.

“Isso pode não parecer muito, mas a 1,5% um canavial na Flórida produziria cerca de 50% mais óleo por hectare do que a mesma área plantada com soja. Isso é óleo suficiente para viabilizar a colheita,” disse ele.

A equipe afirma que a técnica poderá permitir aumentar o teor de óleo da cana-de-açúcar até cerca de 20%.

Óleo, fotossíntese e resistência ao frio

Utilizando engenharia genética, os pesquisadores também aumentaram a eficiência fotossintética da cana-de-açúcar e do sorgo em 30%.

Para viabilizar o cultivo da cana-de-açúcar em zonas mais frias, eles estão cruzando a planta com Miscanthus, uma gramínea perene que cresce até no Canadá.

“O novo híbrido é mais tolerante ao frio do que a cana-de-açúcar, mas outros cruzamentos serão necessários para restaurar os outros atributos da cana,” disse Long.

“Nosso objetivo é fazer com que a cana produza mais bio-óleo, seja mais produtiva com mais fotossíntese e seja mais tolerante ao frio,” concluiu ele.

Fonte: Portal Inovação Tecnológica