A valorização do preço da terra na zona rural em todo nordeste paulista combinada com o preço modesto da mesma terra não apenas em relação às demais regiões do Estado de São Paulo mas mesmo em cotejo com outros Estados brasileiros – Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul – tem alterado o panorama agrícola de nossa região.
A soja migrou em boa parte. O algodão migrou também embora esteja ameaçando voltar por causa de seus índices de produtividade. O café ficou onde está. A laranja realmente perdeu espaço. E quase todos perderam espaço ou para a cana-de-açúcar ou para frutas, abrindo-se pomares que formam uma realidade até então desconhecida.
O preço do alqueire de terra – alguns analistas medem por hectare – tem estado relativamente alto. E não apenas tem-se mantido alto como tem subido, realidade que tem provocado expectativa inclusive quanto ao seu indexador natural, no caso a cultura. E, especificamente, a tonelada de cana.
O preço da tonelada de cana em nossa região, nos últimos cinco anos, de janeiro a setembro – preço médio recebido pelo produtor – tem sido relativamente instável: ora remunera com um plus os custos de produção, ora não chega nem a remunerar. Uma tonelada de cana do campo custa, em média, de R$ 24 a R$ 25 de maneira que todo preço inferior a este descapitaliza o produtor exatamente num momento em que a expectativa de preço tanto para o açúcar como para o álcool não é negativa. Pelo contrário. Há até quem diga que o setor vive um momento excepcional. E vive.
De janeiro a setembro, mês a mês, nos anos de 2002 a 2004 inclusive, portanto seis exercícios consecutivos, os preços reais médios recebidos pelo produtor de cana no nordeste paulista por tonelada do produto obedeceu o seguinte quadro conforme números obtidos diretamente na Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.