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Moagem de cana da Adecoagro cai, mas produção de energia cresce 606%

Moagem de cana da Adecoagro cai, mas produção de energia cresce 606%

2014 - 05 - 14 Adecoagro usinaSÃO PAULO  –  Devido a atrasos e interrupções na moagem de cana de algumas de suas usinas, a Adecoagro registrou no primeiro trimestre um processamento de cana de 45,1 milhões de toneladas, 31% abaixo do registrado em igual período do ano passado, quando a empresa processou 65,7 milhões de toneladas da matéria-prima. No entanto, a empresa conseguiu acelerar a produção de energia para aproveitar os preços recordes pagos no mercado livre.

Segundo informou a companhia em seu relatório de resultados do primeiro trimestre, a produção de energia cresceu no 606% no período, a 15,257 mil Megawatts/hora. “A cogeração da usina Angelica (MS) foi ligada em 7 de março para queimar o bagaço deixado da safra passada. Os preços da energia no mercado spot em fevereiro atingiram R$ 822 o MWH, devido ao baixo níveis dos reservatórios das hidrelétricas no Brasil”, afirmou a empresa em nota.

Não houve até 31 de março deste ano produção de açúcar da nova safra, mas a fabricação de etanol alcançou 2,103 milhões de litros, 77,4% acima do registrado em igual período do ano passado.

No primeiro trimestre, o resultado da operacional do negócio de açúcar e etanol da companhia teve uma forte queda. O lucro antes dos juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) ajustado (descontado o valor justo dos ativos biológicos) foi de US$ 3,8 milhões no período, ante US$ 14,9 milhões de mesmo intervalo do ano passado.

O indicador foi afetado por perdas contábeis (sem efeito caixa) de US$ 1,4 milhão da marcação a mercado do hedge de açúcar no trimestre encerrado em 31 de março de 2014. No mesmo período do ano passado, a empresa havia tido um ganho de US$ 9,6 milhões em sua posição de hedge.

Houve ainda, segundo a empresa, um aumento de 11,2% nos gastos com tratos culturais da cana-de-açúcar, basicamente decorrentes do uso de fertilizantes e agroquímicos para manter a produtividade da lavoura e também como resultado do aumento da área plantada com cana.

Além disso, o primeiro trimestre do ano coincide com o período de entressafra da cana, período em que não há moagem da matéria-prima.

“Dessa forma, o resultado operacional reflete as vendas de açúcar e etanol de estoques, os gastos para manter o canaviais e os resultados do hedge”, afirmou a empresa em seu relatório de resultados.

Por outro lado, a receita líquida e o lucro bruto da operação sucroalcooleira aumentaram cerca de 22,1% e 11,3%, respectivamente, devido à estratégia da empresa de carregar estoques de etanol para vender na entressafra, capturando assim, preços mais elevados.

Segundo a companhia, houve também uma “habilidade” para capturar pico de preços de energia no Brasil usando bagaço estocado da safra anterior para gerar mais energia no primeiro trimestre.

(Fonte: Fabiana Batista – Valor Econômico)