O Protocolo de Kyoto foi criado em 1997 na cidade japonesa de Kyoto durante a terceira conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas e contou com a presença de mais de 160 países. O acordo teve a adesão de vários países industrializados para reduzir a emissão de poluentes em 5% até 2.012, mas recebeu uma ducha fria quando os Estados Unidos se negaram a assinar o protocolo no início do governo de George W. Bush sob a alegação de que custaria muito dinheiro aos países industrializados.
De acordo com as regras, o protocolo só entraria em vigor caso os países signatários representassem 55% ou mais da emissão de gases poluentes na atmosfera a partir de parâmetros de 1.990. Os 14 países que mais poluem no mundo são responsáveis por 13,7 milhões de toneladas de carbono emitidas por ano. Até 2012, essa quantidade tem que ser reduzida em 300 milhões de toneladas por ano.
Os Estados Unidos são responsáveis por 36% da poluição atmosférica, quase a mesma quantidade (44%) da emissão de todos os países que haviam aderido ao acordo até agora. A Rússia é responsável por 17% da emissão de gases, o que eleva para 61% o volume de poluição emitida pelos países signatários e viabiliza a entrada em vigor do protocolo. O Japão, que já havia assinado o acordo, é o terceiro maior poluente, com 8,5% da emissão de gases na atmosfera, seguido por Alemanha, com 7,4%, e Reino Unido, 4,3%.
A decisão russa ainda tem que ser aprovada pela Duma (o Parlamento russo), mas sua adesão é dada praticamente como certa porque tem o apoio do presidente Russo, Vladimir Putin.
Além do peso decisivo para o acordo, a Rússia deve influenciar países como os Estados Unidos e Austrália a reverem sua posição e aderirem ao protocolo. Teoricamente, o protocolo de Kyoto pode entrar em vigor em três meses. (Nelson Carrer Jr., especial para A CIDADE)