De acordo com Edivaldo Del Grande, presidente da Ocesp – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, a política de manutenção do preço da gasolina reduz as possibilidades de ampliação das cooperativas paulistas do setor sucroenergético.
O representante explica que o etanol perdeu competitividade e já não é preferência entre os consumidores. Segundo a Unica – União da Indústria de Cana de açúcar, dez usinas devem fechar as portas até o final da safra de 2014 e outras 30 unidades encontram-se em processo de recuperação judicial. “Essa quebradeira reflete a estratégia do governo federal de segurar, à força e artificialmente, o preço da gasolina para conter a inflação”, diz.
A medida, de acordo com o presidente da Ocesp, está fazendo com que as usinas e cooperativas ligadas ao setor diminuam sua lucratividade. “Não dá para competir com o subsídio à gasolina. A longo prazo, essa política desestimula o plantio da cana e volta a fazer do Brasil um país dependente quase que exclusivamente do petróleo, aumentando o rombo da Petrobras, que já é grande”, completa.
O dirigente considera inaceitáveis as críticas que transferem para os produtores de cana de açúcar e para as empresas produtoras de etanol a culpa pela crise no segmento. “Nosso setor é extremamente eficiente e competitivo, como já provado em todos esses anos. Somos superavitários na produção de biocombustíveis com relação a combustíveis fósseis. E, mesmo com todas as dificuldades climáticas, no campo conseguimos alta produtividade com variedades de cana mais resistentes e produtivas. Portanto, somos bons na indústria e no canavial. Não nos cabem as críticas do governo. Os fatores negativos vêm da falta de uma política agrícola adequada para o setor sucroenergético”, finaliza.